domingo, 29 de novembro de 2009

Quem Sou Eu?

Eu sou um cara humano por natureza, filósofo por graduação e paixão. Educador por opção. Dedicado à arte de ler e reler a vida tentando se humanizar todo dia um pouquinho. Vivemos em tempos de barbárie em pleno século XXI, eu penso assim. Matamos por pouca coisa. Nos corrompemos por banalidades e futilidades. Não, na verdade não somos todos assim. Eu acredito naqueles que nadam contra a correnteza porque acreditam no valor da vida. São raros, mas existem.

Em outras palavras sou...
um cara simples, inteligente é verdade. Um cara que sabe ser quem é, sem chamar a atenção. Não faço propaganda daquilo que sei ou sou. Se me perguntar eu respondo, do contrário fico calado. Não sou invasivo e não gosto que invadam minha privacidade. Sou apaixonado pela vida. Gosto de música, romântica de preferência e pop internacional. Mas sei escutar outras músicas também. Gosto de ler. Gosto ir ao cinema mas vou pouco por falta de companhia. Gosto de viajar e isso faço sempre que posso. Sou sincero, amigo e carinhoso, sou atencioso e cuidadoso com aqueles que me cativam. Não insisto pra conquistar a pessoa que me chama atenção, principalmente se a pessoa me disser que não tá afim.
Sou bem meticuloso. Gosto de tudo a seu tempo e hora. Tenho minhas defesas e manias, não me revelo fácil. Minhas verdades, não são absolutas, minhas crenças não são definitivas. Não estou pronto, sou um sendo, pra quê ser definitivo sobre aquilo que está incompleto?
Sou solidário, gosto de ajudar os que precisam. Tenho um senso de humor aguçado, acho graça de coisas simples. Não me irrito facilmente, se irritar não vale a pena. Acredito nas pessoas com facilidade, sei que isso não é bom, é péssimo. Mas até que eu não veja com meus próprios olhos que não vale a pena, eu prefiro acreditar.
Amo minha família. Tenho poucos amigos, e isso me faz mal. As vezes me sinto só, sem ninguém para partilhar minhas alegrias, angustias ou medos.
Passo a maior do tempo em casa, (quando não estou trabalhando). Adoro meu quarto, é meu cantinho de segurança.
Sou ingênuo a minha maneira. Mas não me ponha à prova, você pode não gostar de minha astúcia.
No campo afetivo-emocional por exemplo, não consigo perceber quando alguém está afim de mim. Talvez seja por isso que fico sempre sozinho. Olhares são sempre traiçoeiros e o coração engana.
O melhor que dou de mim para as pessoas é minha autenticidade e sinceridade. Percebo logo quando alguém é desprovido dessas qualidades e logo me distâncio.
Embora eu seja amoroso, romântico crônico, não abro mão da razão, é ela que não me deixa sofrer mais do que posso e devo. É minha defesa contra mim mesmo.
Não julgo ninguém pela aparência. Isso é feio. Não discrimino ninguém, não falo mal de ninguém e não curto a companhia de quem faz isso ou de quem se acha superior. Sou um cara que tem sonhos e metas. Por isso acho díficil me relacionar com pessoas que não têm sonhos e nem perspectivas, esse tipo de pessoa vive ao sabor do vento, e viver assim, só é bom em duas fases da vida. Ou na adolescência ou na maturidade. Como fui assim na adolescência, hoje adulto, estou esperando a maturidade pra voltar a fazer tudo que for possível, sem tempo e regras. Hoje sou prisioneiro dos dois (tempo e regras). Meus hábitos são simples, gosto da simplicidade das coisas. Não prometo o impossível e me esquivo de prometer até o que é possível. Não sou santo, nem pecador. Sou humano, homem. Essas duas essências, pureza e impureza me tornam completo. Não gosto da perfeição, mas gosto do que beira a essa possibilidade. Não sei voar, não gosto de correr, mas sei andar. Contemplo o sol no nascente ou no poente e depois disso consigo falar mais de mim. Quando contemplo a lua imagino que alguém especial poderia fazer parte de minha vida. Mas ainda caminho sozinho. Acredito que eu possa ser mais, mas ainda não chegou a hora e sei que vou morrer incompleto e isso não me assusta nem um pouquinho. Quer saber o que mais? Nem eu sei agora.
Ainda estou aprendendo. Depois te falo.
Sobre o amanhã? Não sei... que venha o que vier... Tô aqui pra aprender e há muitas páginas em branco no livro de minha vida a serem escritas e eu já aprendi a escrever. Aguarde!
É isso por hoje.
Arthur Alter

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Um dia daqueles


Hoje foi um dia daqueles. Daqueles que a gente começa animado e com muita coisa pra fazer e já que estamos animados, parece que tudo vai dar certo. Tenho começado a desconfiar disso. Bem se diz que: “quando a esmola é muita o santo desconfia”. Parece que quase sempre em um dia ou outro, sempre acontece algo de inesperado só pra mudar a rotina das coisas.
Meu dia estava animado e eu bem disposto. Cheguei ao escritório e tudo parecia normal.
___ Bom dia Marisa!
___ Bom dia Sr. Arthur! E foi logo escondendo as lágrimas. Eu logo pensei: mulheres e seus melodramas. Entrei pra minha sala e logo o telefone tocou. A telefonista transferiu uma ligação, coisas rotineiras. Logo entra Marisa em minha sala e já em lágrimas começa a dizer:
___ Sr. Arthur, não posso trabalhar hoje.
___ Mas o que foi? Faço média de quem sente muito, sem mesmo saber o porque. O choro aumenta. A porta fechada. Levanto os braços como quem pergunta e agora? Abraço? Consolo? Faço o quê? Ela levanta os olhos e com a face já desmanchando e borrada daquele quilo de maquilagem me olha outra vez. E de novo eu pergunto o que houve? O desepero aumenta.
___ Quer... aceita água? E vou logo pegando um copo sobre minha mesa. Ela com as mãos trêmulas bebe um pouco entre soluços, gemidos e berros. Eu pensei mulheres são sempres dramáticas demais. Tomei o copo de suas mãos e olhei pra ela como eu nunca havia olhado antes. Puxa! Ela era tudo aquilo? Linda, exuberante! Olhos encantadores e agora vermelhos e inundados em lágrimas. Extremeci. Ela chorava descontinuamente, queria me dizer algo desde que entrou, mas as lágrimas a impediam. Me aproximei e a envolvi em meus braços e ela chorou mais ainda e eu continuava sem entender nada.
Nesse instante a Luiza entra de supetão em minha sala. Saiu de onde meu Deus? Como? Não devia estar ali aquela hora. Um minuto de choque e de um silêncio absoluto não programado. Até que Luiza se desmancha em lágrimas e sai aos berros. E agora? Larguei Marisa. Tentei correr atrás da Luiza que já saia na porta principal. Eu gritei: Luiza? Ela vira e grita de volta.
___ Seu traidor! Como ousa? Vê se me esquece. E sai correndo.
No corredor não podia faltar a presença da faxineira, do office boy e outros transeuntes. Nisso sai Marisa de minha sala ainda chorando. Eu vou logo dizendo:
___ E vocês, vão ficar aí assitindo o que? Vão trabalhar. E digo pra Marisa: vá pra casa curar essa choradeira. E ela se desespera.
___ Vá logo!

Todos sumiram do corredor. Entrei em minha sala meio atordoado e depois de cinco minutos pensei num café bem forte. Resolvi descer até a cantina. Ao chegar lá havia um alvoroço descomunal que se transformou num silêncio nunca antes presenciado, logo que crusei a porta. Ninguém dizia nada. Como também não sabiam pra que lado olhar. Logo fiz meu pedido.
___ Um café expresso. Mais forte que o comum... se puder. Peguei o café, olhei pro office boy e disse, sobe logo pra minha sala. O Rapaz saiu correndo. Quando cheguei ele já estava de pé na porta. Entrei e disse:
___ Entre. Nisso o telefone tocou. Eu só pude respirar fundo.
___ Pois não, oi Helena tudo bem? Ufa!!! Que alívio. Pede pra ligar em cinco minutos. Obrigado querida. Era a recepcionista, eu até havia me esquecido dela, que lá do hall central não devia ter ficado sabendo de nada ainda, afinal ela é irmã do office boy.
___ Bom João Victor, hoje você vai fazer isso, isso e isso também e depois volte aqui. Nesse instante meio involutariamente comecei a rir. O office boy, ficou sem entender nada. Quando terminei meu sorriso involuntário e meio forçado, eu perguntei:
___ Qual o boato? João Victor é desses rapazes de bem com a vida, bem humorado e bem sacana , coisas de rapazes dos seus dezenove ou vinte anos.
___ Diga logo rapaz! Somos só nós dois aqui agora. E diga a verdade. E ele foi logo dizendo:
___ Estão dizendo que sua noiva te pegou dando o maior amasso na secretária. Eu disse:
___ O quê? Mas eu já devia saber que esse seria o boato. E ele sem nenhum constrangimento e totalmente a vontade continuou dizendo:
___ Pô chefia, você só deu mole em agarrar a moça aqui né? E eu inocentemente disse:
___ Como eu poderia imaginar que minha noiva ia vir aqui hoje logo cedo? Mas perá aí, não é nada disso. E ele disse:
___ Ah não?
___ Claro que não! Tudo não passa de um tremendo mau entendido. E ele disse: sei!
___ Oh rapaz, vá logo! E ele saiu. Eu pensei comigo: Se você imaginasse em quem eu gostaria de dar uns agarros, você ia extremecer nas bases.
Isso é pouco pra um começo de dia, e eu ainda tenho que encarar a Luiza e nem sei porque a Marisa acabou com meu dia. Mulheres!
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Bom amigos os afazeres me deixaram uns dias sem postar. E creio que isso ocorrerá ainda mais algumas vezes. Além de eu estar com muito trabalho, estou de mudança em breve. Vida nova, nova rotina de estudo e trabalho, muita coisa boa vai acontecer com certeza em minha vida no ano de 2010. E de coração espero que na vida de vocês também.

Agradeço a todos que prestigiaram e leram a entrevista dos meninos do Ká entre Nós. De fato tudo que vocês comentaram sobre eles é verdade. Há poucas palavras pra definí-los. Eles são maravilhosos. Estão passando um momento de díficil com o problema de saúde do Jay, mas por certo que é só uma fase e logo tudo se acerta.

Espero que goste de minha crônica. Estarei comentando no blog de todos e devolvendos os comentários ok.

Adorável fim de semana a todos. É sempre um prazer receber os comentários de vocês.

Abraço a todos.

Arthur Alter

sábado, 21 de novembro de 2009

Entrevista: Jason e Alê

Então vamos lá continuando a entrevista com os meninos Jason e Alê. As últimas questões são um pouco mais polêmicas algumas pelos menos. E nesse ponto eu acabei de me convercer que eles dois são mesmo bem ortodoxos no estilo e na forma com mantém a relação deles. Pra começar eu logo perguntei como eles sentem quando as pessoas comentam e chaman eles de meninos. Antes porém eu gostaria também de dizer que eu acompanhei as duas postagens anterios deles e vi que os leitores andaram pedindo pra ver fotos deles. Acho bastante pertinente e natural. A gente já tinha conversado sobre isso. E eles me responderam também sobre essa questão. Bom acompanhem as respostas abaixo com bastante atenção acho muito importante que vocês conheçam bem o ponto de vista deles isso vai aproximar-nos de um universo diferenciado na vida de dois rapazes com um estilo de vida singular, expetacular e porque não adimirável.
13. ENTÃO COMO VOCÊS SE SENTEM AO SEREM CHAMADOS DE MENINOS?
Jay: Me sinto um garotinho, um mininho mimado e isso é gostoso.
Alê: Acho doce demais, é muito carinho. E a gente é daqueles meninos bem levadinhos kkkkk
14. VOCÊS FALARAM QUE ALGUÉM CRITICOU O MOVIMENTO PELO DIA VERDE. E AÍ?
Jay: Olha o Andre Kin deixou um e-mail fazendo uma análise do DIA VERDE e fazendo uma insinuação leviana. Não foi só uma crítica foi uma insinuação leviana também, por isso eu fiquei magoado. Eu Já respondi a ele. Ficou tudo esclarecido. Mas eu vou postar o e-mail dele e minha resposta. Eu pedi a ele esse direito de expor o que ele disse e ele concordou então isso fica pra ser analisado por todos depois.
15. JAY FALA DE SUA SAÚDE.
Jay: Hoje eu estou bem. Mas tenho que me cuidar sempre.
16. SEU PROBLEMA DE SAÚDE MUDOU OU MUDARÁ ALGUNS PLANOS FUTUROS?
Jay: Mudar alguma coisa sempre muda. Mas não vou mudar muitos planos na minha vida não. Fazer isso é me render à doença e nesse momento eu estou lutando contra ela e vai ser assim enquanto eu puder.
17. É UMA DOENÇA SÉRIA E VOCÊ TEM MEDO DESSA DOENÇA?
Jay: Toda doença é séria e principalmente aquelas que a gente tem que conviver com ela, essas acabam sendo um tanto pior porque elas vão nos matando em silêncio. O tratamento tem que ser rigoroso e contínuo. E eu tenho medo sim, sou ser humano e frágil né? Mas, maior que o medo é minha esperança e o amor que tenho pela vida e além disso me sinto muito amado e inclusive virtualmente.
18. SEU LIVRO VAI SAIR MESMO? QUANDO?
Jay: Que ele vai sair eu não tenho dúvidas. No meu cronograma pessoal eu gostaria que ele saisse em Agosto/2010. Eu estou ortodoxamente trabalhando com dois editores e terei que escolher um deles e negociar isso não é fácil. A bem da verdade as negociações estão mais adiantadas com a editora Record. No ano que vem eu terei informações mais objetivas sobre isso.
Essa questão abaixo eu considerei crucial na entrevista. Acho que essa é a grande PERGUNTA. Leia com atenção e não deixe de dar sua opinião em seu comentário.
19. NO MEIO EM QUE VOCÊS CONVIVEM VOCÊS SE CONSIDERAM E OU SÃO CONSIDERADOS UM “CASAL MODELO?”
Jay: Primeiro, sem ofensas a você e a qualquer um outro. Definitivamente não somos um CASAL. Somos dois homens que gostam um do outro. Sou retrô e ultra conservador nesse sentido. Casal é coisa entre um homem e uma mulher. Discorda quem quiser. Mas eu e Alê não gostamos de sermos chamados de casal. Somos companheiros, parceiros e amigos apaixonados. Respeitamos quem se considera casal sendo dois homens ou duas mulheres. Mas queremos o direito de manter nossa identidade da forma que nos faz bem e é assim. Por causa dessa conduta, temos amigos que nos “detestam” nesse quesito, exatamente porque não aceitamos sermos considerados como casal. Seria muito complicado explicar isso aqui. Enfim se existisse um modelo 100% certo, mais relacionamentos homo ou hétero dariam certo. Portanto, longe de nós isso de ser modelo pra alguém. Se alguém se espelha em nós é um problema deles e a gente não pode mudar isso. Nós não nos espelhamos em ninguém. Nos espelhamos em nossos defeitos e em nossos acertos. Isso não quer dizer que não exista nada de bom fora de nós a ser observado, claro que existe. Mas não vou falar sobre isso agora. Fala aí também Alê: Você é foda Jay você é o cara, nem vou discordar de vc hoje kkkkkk.

20. ALÊ, EU NOTEI UMA CERTA IRONIA. VOCÊ DISCORDA MUITO DO JASON?
Alê: Não, na verdade não. É só força de expressão e brincadeira. A gente procura sempre o diálogo. E sinceramente eu concordo com o Jay.
21.ALÊ VOCÊ ACHA QUE O JAY FALA DEMAIS?
(Risos) Alê: Já acostumei com isso kkkkk. Mas ele também sabe escutar muito bem. Ele tem uma qualidade que admiro muito, enquanto alguém fala ele nunca interrompe e ouve com muita atenção, pois é detalhista. Então vale a pena ouví-lo, em geral ele é ponderado, sensato e muito coerente. Nossa ele vai voar aqui do meu lado kkkkk. Enfim, eu tenho muito que aprender com ele principalmente nesse aspecto de ouvir pra depois falar.

22. ALÊ VOCÊS ESCONDEM A RELAÇÃO DE VOCÊS?
Alê: Tipo assim, não tem nessecidade de se sair falando olha sou gay, olha sou gay. Não somos definitivamente desses que são um OUTDOOR ambulante em cores de arco-íris. Quero dizer não tá escrito na nossa testa. Quando saimos juntos nos comportamos normalmente e com discrição, não é preciso chocar as pessoas. No Brasil as pessoas ainda não tem maturidade pra encarar numa boa esse tipo de relação. Se se comportar com discrição ou de forma convencional for o mesmo que esconder a relação, a gente esconde. Se se puder entender em outra ótica a gente não esconde. Enfim, se alguém perguntar a gente fala a verdade. Se não perguntar, fazer o quê né?
23. ALÊ VOCÊS JÁ PASSEARAM DE MÃOS DADAS EM PÚPLICO?
Alê: Não, definitivamente não. Há realmente necessidade disso? Isso pra mim é a mesma coisa que um casal hétero se sentir no direito de fazer sexo num shopping pra todo mundo ver, só pra mostrarem que são liberais. Precisa-se disso? Jay: nada a acrescentar.
24. VOCÊS ACHAM QUE A MAIORIA DO SEGUIDORES DE VOCÊS SÃO GAYS E SIMPATIZANTES?
Jay: Acho que a maioria dos que comentam não é gay, é apenas uma suposição eu não fico perguntando pra eles se são ou não, Mas posso dizer com certeza que um número muito grande não é, e esses ao mesmo tempo têm um grande respeito por nós.
25. PORQUE TANTOS SEGUIDORES NÃO GAYS NUM BLOG DE DOIS GAYS?
Jay: Pela forma que conduzimos o blog. O blog não é gay, os blogueiros são. Nem mesmo uma bandeira gay a gente deixa exposta no blog. Não é preciso, nossa relação aberta com nossos leitores já evidência isso.
26. QUAL O DIFERENCIAL DO KÁ ENTRE NÓS PARA OUTROS BLOGS GAYS?
Jay: Acredito que é a pluralidade de temas que a gente trata, sem defender a bandeira gay especificamente. O que eu já vi de blogs gays e muitos desses que são assumidamente blogs gays, são também blogs eróticos e as vezes com uma linguagem mais “pesada”. Daí o nosso diferencial, somos gays, mas não é nossa orientação sexual o que move o nosso blog, definitivamente não é. A gente não fica defendendo nossa bandeira e nem fazendo propaganda de movimentos gays. E não fazemos postagens eróticas e nem mesmo insinuantes. Já participamos de uma brincadeira de um Meme meio afrodisíaco e foi super legal light e gostoso. E no ínicio a gente ainda pensou em não participar, mas foi legal.
27. EXISTE UM CERTO GLAMOUR EM TORNO DA IMAGEM DE VOCÊS. E PARECE QUE VOCÊS FAZEM QUESTÃO DE MANTER ISSO EM SEGREDO. POR QUE? É CHARME? FAZ PARTE DA PROPAGANDA? O QUE TÁ POR DETRÁS DISSO?
Jay: Não podia faltar essa pergunta né? Existe um certo glamour, em torno da nossa imagem? Nossa isso é bonito kkkk. Bom a gente tem motivos pessoais. Primeiro, pra evitar exposição da imagem mesmo. Nós somos normais de carne e osso. Existem sim uma curiosidade mais em torno de saber se somos bonitos. E é disso que eu tenho medo. (Arthur) Desculpa interromper Jay, mas vocês são bonitos sim, são gatos. Por que esse medo?
Jay: É por causa desse culto à beleza. As pessoas constroem um padrão de beleza e quem fica fora desse padrão fica excluido. Eu sempre tive medo das pessoas se aproximarem de mim por eu ser bonito (eu mesmo não gosto de falar que sou bonito) mas enfim, porque sempre buscavam só a minha beleza externa. Quem ler minha história de vida e quem já leu sabe do que eu estou falando. Não somos modelos perfeitos de beleza kkkk mas nos cuidamos. Beleza a gente compra, essa externa principalmente. Mas beleza interna é conquista e eu batalho duro por essa interna. Quero que as pessoas gostem de mim pela pessoa que eu sou, por aquilo que juntos nós somos. Sei que a gente vive num mundo que é imagem e movido por imagens bonitas. Eu me oponho de certa forma a isso. Mas por fim, a nossa não é segredo. Já saiu postagens com fotos minha e com foto do Alê. Enfim uma vez que a gente começa a expor a imagem a gente perde o controle sobre ela. E a gente tem cuidado com isso, talvez esse cuidado seja meio exagerado. E não tem nada de charme nisso. Eu diria zelo. Quem sabe um dia a gente faz uma postagem com várias fotos nossas pra todo mundo ver, quem sabe! Ou os que quiserem poderão nos conhecer no lançamento do meu livro. Eu quero fazer um lançamento simples e restrito a alguns convidados em três cidades. Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo esse é um acordo que não pretendo abrir mão hora da negociação final. Até que seja diferente, tudo o que eu gostaria é que as pessoas compreendessem nosso ponto de vista e postura. Tenho medo de um certo endeusamento.
28. FINALMENTE A PALAVRA É DE VOCÊS.
Jay: Nossa ainda precisa falar mais? kkkk. Arthur além de te culpar por nos expor mais ainda hauhauhauhua Zuera! Quero só te agradecer de coração por esse espaço e te desejar muita dinamicidade pra manter o excelente trabalho que vem fazendo em seu blog. Você tá de parabéns. Adorei conhecer um pouco de você e seu blog. Já agradeci, mas agradeço de novo sua participação no DIA VERDE foi muito importante.
Alê: Cara te agradeço também. Foi bom demais responder as suas perguntas. Mantenha o bom trabalho em seu blog. Adoro seus contos. Acho que você tá no caminho certo. E já vou te deixar convidado pra participar de um dos quadros do Ká Entre Nós ok? Um abraço e bju pra vc meu e do Jay neeeeé Jay? Risos coletivos kkkkkkk. Jay: Arthur posso te fazer um pedido em off? Arthur: Sim.

Ok Jason, pedido concedido. Valeu meninos. Grande abraço e muito mais sucesso sempre. Bjus
O Pedido do Jay é apenas pra ele fazer uma postagem com uma das perguntas e respostas deles num tempo oportuno e como a resposta é deles, mais que concedido né?
A vocês que são meus amigos e amigos dos meninos eu agradeço de coração por dividirem esse espaço comigo aqui. E faço um confissão: Estou no sentido mais bonito e sincero da palavra apaixondo pelos dois.
Arthur Alter.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Entrevista: Jason e Alê

Amigos vou postar hoje uma parte da entrevista que os meninos do Ká entre Nós me concederam. Era pra ser uma entrevista curta, mas a conversa foi fluindo tão naturalmente e de forma tão gostosa que a gente nem queria terminar a entrevista. Lógico que depois rolou uma longa conversa em off. Então confira ai abaixo esse bate papo leve e maduro com Jason e Alê, dois blogueiros queridos por seus leitores e super engajados e dinâmicos na blogosfera. E a conversa começou mais ou menos assim: Amigos Jason e Alê vou tentar ser criativo nas perguntas e fugir o máximo de perguntas clichès ok? Mas acho que vai ser díficil. Então vamos lá.
1. JAY PRA COMEÇAR VOCÊ SAIU DE CASA CEDO. POR QUE? Nossa é uma longa história, não dá pra falar sobre isso aqui não. Mas quem quiser saber deve ler no blog no arquivo de MAIO. Ali tá toda a história do porque. Em síntese, minha mãe descobriu que eu era gay e as coisas se complicaram eu resolvi fugir de casa, uma vez que ela me disse que eu não era homem pra viver na nossa casa. Então fiquei fugido por cinco anos e meio. Quem quiser saber o que aconteceu nesse tempo é só ler no arquivo indicado.
2.QUAL O MAIOR DESAFIO NA RELAÇÃO DE VOCÊS?
Jay: A convivência no mesmo teto e os limites que isso impõe e claro superar ciúmes.
Alê: O ciúme pra mim foi e continua sendo o maior desafio. Meu ciúme já atrapalhou muito a gente.
3.COMO VOCÊS ENCARAM UMA CERTA “FAMA” NA BLOGOSFERA?
Jay: eu não vejo “fama”, não encaro nessa ótica. Nosso blog é bem ascessado, mas se a gente analisar pelo número de comentários que recebemos por postagem, isso é em torno de 20 a 25 comentários, não chega a ser tão famoso assim. Tem blogueiros que recebem até mais de 100 comentários por postagem, esses sim eu diria que são famosos. Agora, entre aqueles nos seguem e comentam a gente é bem querido sim e isso é gostoso e muito legal e nossa reciprocidade e carinho são verdadeiros.
4. ESSA AMIZADE E CARINHO POSITIVOS: COMO É CONSTRUÍDA?
Jay: Acho que é fruto da fidelidade nas visitas aos blogs, valorizando as postagens e lendo. Eu não comento sem ler, acho tremenda falta respeito, a não ser que se esteja passando só pra dizer um oi, mas o que custa ler a postagem e dar sua opinião e eu faço isso. E também por causa dos sentimentos que a gente partilha. Participar dos momentos de anivesário, incentivar na carreira profissional, nos estudos, se preocupar enfim com a vida dos amigos blogueiros constrói laços fortes de amizade.
5. VOCÊS GOSTARIAM DE TER MAIS COMENTÁRIOS NAS POSTAGENS?
Jay: Tá legal assim, fica mais fácil e verdadeira a interatividade com um número menor de comentários.
6. JASON, O SEU PASSADO, SUA HISTÓRIA DE VIDA TE ENSINOU O QUÊ?
>> Que se pode vencer o medo.
>> Que pessoas boas existem no mundo. >> Que desafios foram feitos para serem vencidos.
>> Que ninguém alcança um objetivo qualquer sem perdas. Tô falando, no meu caso de um garoto pobre de periferia, como eu era. Quem nasce em berço de ouro escreve suas histórias em livros de diamantes. ( Jay disse:Nossa isso ficou lindo! Amei).
7. ALÊ O QUE É MAIS FÁCIL E O QUE É MAIS DÍFICIL EM SUA RELAÇÃO COM O JASON?
Posso ser fútil? Conzinhar pra ele é fácil hauhauhuahuau ele nunca reclama. Ele tem esse dom de amar o que é pior em mim kkkkk. Díficil é acompanhá-lo na auto-disciplina e determinação.
8. O QUE É O AMOR PRA VOCÊS DOIS?
Jay: aprendizagem que acontece na convivência diária. O amor sem dúvidas não é uma equação dessas matemáticas.
Alê: é isso que o Jay me disse. Amores equacionados são amores limitados.
9. COMO VOCÊS CONSEGUEM MANTER UM BLOG COM TANTA DINAMICIDADE E INTERATIVIDADE?
Alê: Fala você Jay.
Jay: Ok. acho que tempo é algo que se deve levar em conta. E apesar de eu trabalhar bastante eu tenho tempo pra cuidar bem do blog, eu poderia fazer uma postagem por dia. Mas é o seguinte Arthur, a princípio o blog era pra ser um diário de minha vida. Mas espontâneamente ele foi tomando outra direção. Acho que de certa forma seguindo tendências e fugindo de um perfil definido e que não abre espaços pra outras coisas. E claro não é fácil manter o blog. E não fácil pra nenhum blogueiro que mantém um blog com qualidade. No caso do Ká Entre Nós que não tem um perfil definido é um desafio e isso nos deixa vulneráveis também. (Arthur) Como assim? Jay: É mais fácil pros leitores criticarem por que a gente nunca tá com postagens definidas. Nossos leitores sabem que não podem esperar sempre por um poema, uma entrevista ou um comentário sobre um filme, é como se o blog não tivesse personalidade. O que to querendo dizer é que quando a gente tem um blog com um perfil definido, ou seja só poesias próprias ou de outros autores é isso e pronto, e ninguém deveria criticar uma poesia ou um poema porque isso é literatura e leiteratura não cabe em telas. O seu blog por exêmplo o ponto forte dele será contos e crônicas certo? O Ká Entre Nós não tem esse perfil. Por isso já fomos criticados e chamados de “blog meloso” de “folhetim de novela das 7” de “pitoresco” e esse rótulo eu confesso que não entendi. E o último foi “reality blog show”. Então diante disso tudo eu tentei dar um perfeil ao blog, mas não consegui ainda e acho que o Ká Entre Nós vai continuar assim mesmo, diferenciado. Essa é enfim a cara do nosso blog. Tem blog que é só “gossip news e atualidades e eu acho isso lindo. Tem blog que é só sobre comida, música, filme e moda e isso é super legal. Mas enfim eu acredito que é necessário um certo engajamento também e nesse sentido o Ká Entre Nós, não se esquiva. Se é preciso criticar a política, defender o planeta, criticar movimentos e etc... pode ter certeza que o Ká Entre Nós vai estar no meio. Sobre a interatividade eu acho que tá bom do jeito que tá. Temos mais de 130 seguidores e desses uns 20 ou 25 comentam sempre, já imaginou se todos comentassem eu não daria conta de retribuir todos os comentários. Tem blogueiro aí que recebe mais de 100 comentários, eu definitivamente não daria conta de visitar todos. E os meus leitores sabem que eu retorno todos os comentários e ainda consigo as vezes conversar com alguns no msn.
10.ENTÃO VOCÊS RETRIBUEM TODOS OS COMENTÁRIOS?
Jay: Eu sim e adoro fazer isso. Nessas últimas semanas eu não passei em nenhum blog e confesso que senti muita falta de todos porque eu gosto de ler, de dar minha opinião seja concordando ou discordando.
Alê: Eu não consigo visitar os blogs e devolver os comentários eu canso logo. Na verdade eu não sou muito fã de internete. Mas tem sido maravilhoso manter o blog nesse momento de recuperação de saúde do Jay.
11. VOCÊS SÓ COMENTAM NOS BLOGS QUE VSITAM VOCÊS?
Jay: Em geral sim. Não dá pra sair visitando outros blogs. De vez enquando faço uma vista pra blogueiros que andam meio sumidos ou visito blogs que ainda não conheço, mas é raro.
12. JASON COMO VOCÊ ENCAROU AS CRÍTICAS AO BLOG? Numa boa. Primeiro eu tentei realmente dar um perfil ao blog, mas eu sou dinâmico demais pra fazer uma coisa só. Por exêmplo se eu tivesse que trabalhar fazendo uma mesma coisa todos os dias eu iria pirar logo. Eu fico admirado de blogueiros que conseguem manter sempre o mesmo estilo de postagens, definitivamente não é pra mim. Críticas fazem a gente crescer e melhorar e eu particularmente acho que o Ká Entre Nós tá sempre inovando e ao mesmo tempo melhorando. Então que venham as críticas.
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É isso aí amigos as últimas perguntas serão postadas em breve. E eu garanto que são as mais interessantes. Portanto não deixem de conferir
Arthur alter



segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Mudança - Final

Augusto acordou já era mais de oito horas da manhã e logo que tomou o seu café disse à mãe que sairia e só voltaria mais tarde. Pegou sua bicicleta e pedalou rápido em direção a casa de Felipe que morava a poucos quarteirões de sua casa. Logo que chamou, ele logo apareceu já empurrando sua bicicleta pra fora. Se cumprimentaram com um sorriso e a pergunta de Augusto: onde vamos? E Felipe apenas disse: siga-me.
Depois de ums 15 minutos pedalando entraram numa trilha estreita, ladeada por árvores de um lado e uma montanha rochosa do outro e bem abaixo passava um riacho pequeno, mas bonito. Seguiram na trilha mais alguns minutos até que Felipe disse é logo ali. E do outro lado das pedras o riacho formava um lago que escorrendo entre as pedras formara uma pequena cascata.
O lugar era bonito e o barulho da água dava o contorno perfeito à moldura que se desenhava aos olhos de Augusto. Empurraram as bicicletas e encostaram-nas em um arbusto e Felipe desceu correndo sobre as pedras e Augusto o seguiu. Logo abaixo se sentaram e na pureza de suas adolescências conversaram por um longo tempo. Conversa solta sem adornos ou frases feitas. Felipe falara de sua viagem, de vídeo game e de uma festa. Augusto falou da escola e da mudança que já seria no fim daquela semana e ao lamentar disse que sentiria saudades do amigo.
Felipe então se levanta e tira a camisa. Augusto se surpreende e fixa os olhos no amigo que sorrindo diz-lhe vai ficar ai olhando? Vamos nadar. Augusto ainda tenta resistir mas o amigo entra na água e insiste. O lago era bem raso e Augusto então se resolve e entra na água. Sorriam, jogavam água um no outro, diversão espontânea e bonita. Estava tudo perfeito para Augusto que sempre ao olhar para o amigo sentia vontade de abraçá-lo. As brincadeiras foram se tornando mais provocativas: não faz isso! Não! Não apela, apelou perdeu e riam! E Felipe então trava uma luta com Augusto que ao ser agarrado pelo amigo se assusta e fica quase que imóvel, mesmo tentando oferencer resitência não conseguia.
Respiração ofegante, descompassada como se estivesse muito cansado. Augusto estava rendido. Felipe ao sentir que o amigo não oferecera resistência logo pergunta o que foi? Ainda prendendo-o entre seus braços. Ali preso Augusto sem dizer nada apenas rouba um beijo do amigo que assustado liberta-o em seguida. Silêncio entre os olhares! Olhares assustados! Augusto livre dos braços do amigo se afasta um pouco olhando para o amigo que lhe sorri timida e desconcertamente e joga água no amigo pra quebrar o constrangimento e ao receber aquele tanto de água no rosto Augusto entra na brincadeira que dura mais alguns minutos, até que seus corpos se encontraram novamente e dessa vez o beijo era querido pelos dois. Carinho, beijos, brincadeira e nada além disso. Já cansados da diversão voltam pra suas casas conversando. Mas a amizade entre os dois agora era mais que uma simples amizade. E nos dias que antecederam a mudança de Augusto muitos encontros cheios de carinhos e beijos se sucederam. A mudança veio separar os dois e a distância apagaria também os sentimentos. Mas em suas futuras mudanças Augusto ainda encontraria outros amigos e também um grande amor...

By Arthur Alter
Ps. Amigos, o Jason e o Alê me concederam uma entrevista. Ficou muito interessante as respostas deles. Vou fazer a postagem no fim dessa semana. Convidem vocês a conhecerem mais sobre esses dois caras super bacanas ok?

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Mudança - Parte II


Augusto passou o resto da semana entediado. Muitas foram suas lágrimas. Nada estava bom e a revolta com seu pai era clara. O pobre nem era tão culpado assim, era ossos do ofício de um desembargador de justiça. Que no fundo só queria mesmo o melhor para o filho. Nada lhe interessou naqueles dias e ele sentia a ausência de Felipe que viajara com os pais. No entanto a ausência de Felipe serviu para fazê-lo pensar no que ele estava sentindo. Afinal em nenhuma das mudanças anteriores ele sentira tanta raiva. As vezes recebia a notícia até mesmo com entusiasmo. Enfim seus pensamentos sempre se voltavam para sua amizade com Felipe. O que ele diria ao amigo quando esse voltasse ele ainda não sabia. Sabia apenas que teria uma semana antes de se mudar para Poços de Caldas. Era um menino apenas, se descobrindo e iniciando sua adolescência, descobrindo seus sentimentos mais íntimos e toda efervecência dos hormônios.
Ficou a imaginar em como conversar com Felipe, mas não descobria as palavras certas e ao mesmo tempo não sabia como Felipe reagiria. Eram amigos, apenas amigos. E amigos de bem pouco tempo. Felipe ficava sempre feliz e a vontade ao lado de Augusto, mas o que isso queria dizer? Augusto era mais novo e ainda não sabia e nem havia descoberto o que os hormônios causariam em sua vida a partir dessa idade de 12 anos. Ele não desejava nenhuma intimidade com o amigo, nada além de carinhos e beijos, sua mente ainda era pura demais para ir além. Mas Felipe já tinha quase com 14 anos, estaria ele já mais maduro sexualmente, já haveria feito sua descoberta sexual? Augusto dormiu pensando no amigo. E sonhou que Felipe o havia ignorado logo que voltou, sonhou que mudara e que o amigo nem mesmo apareceu pra dizer adeus e aquilo o havia deixado morto por dentro, mas fora apenas um sonho e nada mais. Ao despertar deu-se conta de que estava tudo no mesmo lugar, nada havia acontecido, mas o sonho havia sido real demais. E se Felipe realmente o ignorasse, o que ele faria?

Logo cedo resolveu passar um e-mail para o amigo. E começara dizendo que o destino nunca quis o que ele queria. O destino sempre havia sido seu inimigo. Que desejava ter mais tempo para defrutar a amizade do amigo, que queria ver o sorriso do amigo todos os dias por muitos dias, mas o tal destino havia se encarregado de deixar apenas na lembrança um belo sorriso pra ele se lembrar. Por fim disse que estava encantado com a amizade entre os dois e que amizade é encantamento entre amigos verdadeiros. Antes de enviar o e-mail leu-o por várias vezes e ainda acrescentara: amigo verdadeiro é aquele que se enamora de você e é capaz de sorrir ou até mesmo chorar ao seu lado. Gostaria de poder me revelar como um amigo enamorado, mas antes mesmo de poder enamorar-me o destino me leva para um lugar onde não poderei ver seu sorriso. Mas antes de ir quero poder abraçar-te. Leu novamente o e-mail e o enviou.
Felipe chegaria logo no dia seguinte e ao ler o e-mail do amigo respondeu brevemente. Amigo gosto de ti. Quero te dar um abraço especial antes de ir embora e saberás que estás deixando um verdadeiro amigo. Quero te ver logo. Quando Augusto leu a resposta tremeu de alegria e seu coração disparou. Pegou o telefone e ligou. Conversaram alguns minutos e marcaram de se encontrar logo cedo no dia seguinte. E aquela seria a mais longa de todas as noites para Augusto...
[a continuar]
Arthur Alter

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Mudança - Parte I


Odiava mudança, desde que se lembrava já havia mudado umas 8 vezes. Com dezoito anos, 8 mudanças eram muitas. E sempre culpava seu pai de estraga prazeres. Não tinha amigos, não dava tempo para construir amizades sólidas, pois toda mudança implicava deixar pra trás sonhos, desejos, amigos e projetos.
Nascera em Belo Horizonte. Aos dois anos mudou-se pra Juiz de Fora. Na verdade as mudanças na infância eram sempre uma aventura. Aos seis fora para o Rio de Janeiro. Aos dez voltara para Juiz de Fora. Seus pais pareciam ciganos. Mas na verdade a profissão do pai o obrigava a se mudar quase sempre. Mas quando se tornou adolescente e descobrira a importância de amigos passou a odiar as mudanças. E aos doze anos foi talvez sua pior experiência de mudança e a que mais lhe machucou. Dessa vez deixaria Juiz de Fora novamente e se mudariam para Poços de Caldas. Estudava a sexta série. Não tinha amigos de verdade, era filho único e de certa forma carente. Mas observava um menino da sétima série.


Moreno bonito, seus olhos tinham um verde encantador e os cabelos pretos bem escorridos sobre a cabeça, dava o cortono exato de beleza ao seu rosto. Descobrira seu nome e sonhava em poder se aproximar apenas pra dizer oi, olá ou um bom dia. Mas nunca era possível. Felipe, estava sempre rodeado de meninas bonitas. E o pior eram de turmas e séries diferentes.
Finalmente chegara a oportunidade, numa feira de ciências, de poder se aproximar com a desculpa de que queria saber sobre o trabalho que Felipe estava apresentando. Felipe fora atencioso e explicou tudo sempre com um sorriso lindo que deixava Augusto nas nuvens só de poder estar ao lado daquele que era o objeto de seus sonhos. Quando Felipe terminou perguntou: quer saber algo mais? Augusto gaguejou, disse sim e disse não. Quer dizer não mesmo, mas no fundo queria saber outras coisas. Felipe então agradece e como fazia com todos deu-lhe um cartão com seus contatos e disse: qualquer outra dúvida é só entrar em contato e eu terei o maior prazer em ajudar. Era mesmo inteligente. E Augusto depois disso teve muitas dúvidas, muitas mesmo. Tantas que um certo dia Felipe o convidou para estudarem juntos, mesmo sendo de séries diferentes.
Era tudo que Augusto queria. Assim se tornaram amigos e a amizade entre eles se tornava cada vez mais profunda. Augusto chegava a suspirar fundo só de ouvir Felipe e não perdia a oportunidade de sutilmente tocar-lhe. Era já meados do ano, as férias estavam se aproximando. Augusto estava feliz, mas algo lhe dizia pra não se empolgar demais, afinal já fazia também pouco mais de dois anos que estava em Juiz de Fora pela segunda vez.
De manhã tomou café e disse à mãe que voltaria mais tarde da escola pois iria estudar com os amigos e assim aconteceu. Mas a surpresa daquela noite, mais uma vez acabara com seus sonhos. Ao chegar em casa, na hora do jantar seu pai disse-lhe que mudariam logo na primeira semana de suas férias. Augusto ficou revoltado, nem comeu de raiva, bateu a porta do quarto e se trancou. No outro dia não quis ir à aula. Ficou em casa sentindo ódio da vida de tudo e de seu pai que sempre tinha que estragar seus sonhos.
À tarde conversou com Felipe pelo msn. Disse que estava revoltado com seu pai, pois sempre que as coisas começavam a dar certo, sempre que ele fazia amigos, tinha que se mudar. Felipe insistiu para que ele fosse à sua casa, mas Augusto preferiu não ir, queria ficar sozinho. Felipe ainda argumentou que estaria viajando com seus pais por uma emergência e que ficaria uma semana fora. Augusto ignorou o fato e disse: tudo bem, quando você voltar a gente conversa.
Felipe apenas fez um pedido: por favor, não vá embora sem se despedir de mim. Ao que Augusto disse: não, claro que não, eu não faria isso...
[a continuar]
Arthur Alter

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Conceito: Certo? Errado?


A convivência social estabelece regras, cria normas, dita novos hábitos e costumes. E claro altera valores e conceitos. A idéia do que é certo ou errado é algo absolutamente volúvel. Hoje não há mais conceitos inquebráveis e rígidos acerca do que é ou não certo ou errado. Poderíamos até dizer que o errado não existe e que na mesma ótica o certo também não. Então vamos trabalhar com a idéia de conceito do que seja tais termos. Nessa ótica, o conceito de errado é certo e tem papel apenas de conceito e nada mais. Explico. É certo que nunca vou encontrar-me com o “errado” por ai, andando, fazendo compras ou mesmo fazendo o que é certo ou errado. Aliás há errado que faz bem, e como! Dessa forma, “errado” é apenas um conceito, uma projeção mental. E o conceito de certo é certo somente enquanto conceito e nada além disso. E pra não deixar de dizer há “certo” que faz mal e como!
A bem da verdade, enquanto estamos pensando em conceitos, na prática parece que o mundo anda na contramão. Está tudo errado ou tudo certo? Ou tudo fora do lugar? Precisamos de conceitos novos? Acredito que não. Afinal então, para que servem os conceitos?

Na minha concepção os conceitos servem para demonstrar duas coisas. Primeira, que pensamos e estabelecemos normas e regras dadas como certas e erradas e segundo, servem para registrar num dado momento a forma como pensávamos.
Por fim, poderíamos questionar. Os conceitos mudam? Na verdade não. Um conceito nunca pode mudar ou deixar de representar o que representou num dado momento. O que muda então? Primeiro, muda nossa compreensão acerca desses conceitos ou seja, a realidade a nossa volta nos proporciona novas formas de compreensão acerca de conceitos dados como válidos. Segundo, as mudanças sociais exigem novas adaptações, novas formas de convivência social. Um conceito mudado nunca é original, isso é uma verdade matemática.
Dito isso, posso afirmar seguramente que enquanto conceito, o certo é certo e que o errado é errado, tal como foram definidos. Mas a ótica muda sempre. Certo? Talvez. Existem pessoas que só veêm o que querem e como querem.

Abraços a todos e excelente semana.

Arthur Alter



sábado, 7 de novembro de 2009

Sobre homens: Inteligentes, Bonitos e Ricos


Concepção de homem
Outro dia eu estava conversando com uma amiga. Ela anda insastifeita com os homens. Desabafou comigo. Ela não sabe que sou gay, ou se sabe é indiferente, pois já trabalha comigo há dois anos. Eu sigo a filosofia do exército americano: (Don’t ask, don’t tell) “Não pergunte, não fale”. E como não sou um outdoor ambulante em cores do arco-íris, fico na minha. Tenho certeza de uma coisa, se alguém chegar e me perguntar, é por que suspeita e quer saber e sendo assim eu diria que sim, sem problema. Não vejo problema nisso.
Mas voltando ao assunto atual. Em um dado momento ela me disse: Ah amigo estou cansada dessa vida solitária, sem namorado. Onde estão os homens? E eu pensei comigo: é isso é complicado. Mas minha situação é diferente da dela, Não estou sozinho, de outro lado sei o que é se sentir na solidão. Foi então que perguntei por que não namora?
___ Oh coisa complicada e díficil amigo.
___ Você não acha que escolhe demais? Que tipo de homem você procura?
___ Ah, bem “basiquinho”, bonito, inteligente e rico tá bom, ela disse em tom de brincadeira.
___ Ufa, ainda bem que não sou rico, ou eu estaria na sua lista hahauhauhuhua, eu brinquei.
___ Ah você e seu bom humor né?
___ Uê, mas seu eu fosse rico ahn? Eu teria uma chance?
___ E ela disse:Toda regra tem excessões.
___ Ooops, eu brinquei de novo. Vamos falar sério. Por que você acha dificil encontrar um namorado?
___ Ah amigo, sei lá acho que os homens hoje não querem nada sério. Estão só afim de curtição e nada mais.
___Sabe Lu, eu acho que inconscientemente, todo mundo acaba escolhendo muito, sejam vocês mulheres ou nós homens. A gente acaba criando um certo padrão que as vezes tá acima da média.
Enfim, esse modelo de homem que você desenhou acima. Bonito, inteligente e rico, já saiu da linha de produção e os que existem no mercado, tá díficil adquirí-los.
___ E eu não sei, ela disse.
___ Mas se você quiser modelos individualizados, quem sabe né!?
___ Como assim amigo?
___ Ok, vou te dizer, é mais ou menos assim:
MODELO 1
BONITOS: Made in China.Tem muitos no mercado. Mas não cabem em qualquer bolso sempre precisam de up grades e também de acessórios extras o que é caro. E não frequentam qualquer ambiente. A beleza exterior normalmente esconde uma casca feia por baixo. Garantia de 1 ano. E um grande números desses são gays e felizes. Manual de instrução de como usar é simples $$$.

MODELO 2
INTELIGENTES: Made em USA.Também tem muitos no mercado, mas são egocêntricos e conseguem ver só o que querem e de preferência aquilo que está bem perto deles e melhor ainda se for algo relacionado a teorias científicas e números. Sempre precisam de up grades e caros também. Garantia de 1 ano. Esses têm um manual de instrução longo em inglês, espanhol e Japonês. Você fala inglês ou Japonês?
MODELO 3:
RICOS: Made in Caiman Island. Esses são mais raros no mercado, as vezes a gente só consegue por encomenda. E as vezes com uma vantagem, é bem possível encontrar modelos compactos. Todos com garantia de 1 ano. (Tipo 2 em 1) ricos e inteligentes, mas o manual de instrução é complicadíssimo, longo e com letrinhas bem pequenininhas e só em inglês e japonês. E tem também os compactos (3 em 1) ricos, bonitos e inteligentes. O manual de instrução é escrito em inglês, japonês, mandarim e alemão com letrinhas míudas, quem tá afim de ler essa porra!? E os up grades são caríssimos e exigem acessórios de última linha.
Então querida, é melhor apelar para o modelo básico mesmo. Tipo assim, bonitinho ehehehehehe.
___ Ah amigo, bonitinho é feinho bem arrumado.
___Ah querida mas tem alguns que vale a pena. Como diz o ditado: "Quem não tem cão, caça com gato". E depois você tá querendo o quê? Vai vê que você só compra CD pirata hauhauhahuahua! E rimos a vontade.
Sabe a vantagem desse modelo básico? Não trazem manual de instrução para uso. Você os encontra em qualquer esquina e o prazo de garantia pode ser sempre extendido, podem ser colocados em qualquer lugar, não precisam de up grade, sai mais barato trocar um usado por um novinho em folha. E não precisam de acessórios caros é tudo básico mesmo, made in Paraguay huauauahuahua é pegar ou largar kkkkkk...
___ Eu largo, ela disse.
___ Tá bom, mas não reclama do Caritó huauahuahuahuau
Vamos dar uma volta ai, quem sabe você muda de opinião e acaba encontrando o modelo do seu agrado?
___Qual dos modelos?
___ Você que vai usar ué! Você escolhe. Mas se lembre quem avisa amigo é!

Arthur Alter



quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Desejo Contido - Final


Ali escondidos entre as pedras, um beijo após o outro ia dando o rítimo acelerado em que batia seus corações. Beijos longos e intercalados por suspiros profundos e tezão em êxtase jamais experimentado. Henrique em seus pouco mais de 15 anos havia apenas sonhado com um momento tão intenso, mas nunca em sua imaginação conseguira conceber todas as sensações e o pulsar do seu coração com tanta intesidade.
Thiago ao ver o êxtase de seu companheiro o envolve em seus braços, morde-lhe o pescoço e sussurra palavras soltas em seu ouvido. Henrique está flutuando nos braços de Thiago que ao sentir seu companheiro rendido e entregue, começa com as mãos, a passear pelo corpo do amigo totalmente indefeso e consumido por um prazer jamais sentido ou imaginado. A mão de Thiago percorre cada centímetro daquele corpo perdido em suas mãos e em seguida resolve não só sentir aquele corpo com suas mãos, mas também deseja sentir seu sabor, e desde a orelha, começa a percorrer com a língua aquele corpo quente de tezão. Henrique solta gêmidos de prazer, tornou-se presa fácil de seus próprios desejos secretos e contidos.
Esqueceram da hora e do tempo. O sol morria ao longe e aos poucos a penumbra naquelas rochas ia se tornando maior. Tudo era insignificante pra eles agora, tudo girava em torno de seus corpos que se desejavam. A respiração ofegante dos dois colocava pra fora sopros entorpecidos de tezão. E saciado, Thiago agora queria que Henrique se saciasse em seu corpo e aquele inocente e tímido menino aprendeu rápido como inebriar seu companheiro com prazer e desejo.
Imagem de domínio público/By corbin fisher

E assim totalmente tomado por um desejo avassalador, misturado a uma paixão cega, Thiago carinhosamente abraça Henrique e de frente pra ele, apoia seu corpo sobre o amigo fazendo-o suspirar de prazer, aos poucos começa a amá-lo carinhosamente. E agora aquela ânsia dos primeiros minutos deu espaço a movimentos ritimados e extasiantes e aquele movimento era mais gostoso que a melhor das iguarias na face da terra, os suspiros e gemidos de prazer eram uníssonos, hora intensos, hora suaves, até àquele que é diferenciado de todos por sua força e súbita fraqueza, e esse logo apareceria. Henrique jamais seria o mesmo depois daquela tarde, ele sabia disso, aquele prazer todo, aquele êxtase alcançado o levara ao paraíso, aquele movimento infinitamente prazeroso era mais do que ele sempre sonhara e assim entregue nos braços de Thiago, ainda sentindo-o sobre si, desejou que o tempo parasse pra sempre. Thiago o aperta com força, beija-o profundamente e geme como se fosse seu último suspiro e Henrique o segue, se apertam, suspiram se deleitam de prazer, Thiago apressa os movimentos, enrigeceu-se, apertou-o e suspirou definitivamente balbunciando palavras sem sentido algum pro momento e Henrique sentindo se inundado, totalmente inundado de prazer, levanta a cabeça suada de seu amigo beija-o suavemente e pergunta-o: onde estamos? Onde estamos? Totalmente sem forças, solto ao gozo daquele momento divino pós-orgasmo, responde ao amigo, não sei, me perdi em você e se estou perdido, você também está. Nos perdemos um no outro. E assim extasiados se beijaram suavemente, um beijo após o outro ia se sucedendo. E os últimos raios de sol iam se pondo. Era hora de voltarem pra casa. Se beijaram novamente e prometeram se ver outra vez. Certamente eles iriam se encontrar muitas vezes, ao descobrirem que moram na mesma cidade e que apenas bairros os separam um do outro e ao contrário dos bairros que os separam o destinou tratou de aproximá-los e talvez definitivamente.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Desejo Contido - Parte I I

Acompanhou-o com um olhar atento e o coração em saltos. A partir daquele momento a praia e as belezas ainda a serem percebidas perderam o sentido. Voltou para a pousada. No caminho sua mente girava em imaginações e fantasias próprias dos delírios juvenis. E o sorriso solto e espontâneo não saia-lhe da face. Chegou à pousada, precisava de um banho, deixou a água cair abundamente em sua cabeça, retirando o sal e as nuvens de timidez. A imagem daquela escultura saltou-lhe à mente, mas faltou-lhe o nome. Como se chamaria? Imaginou vários nomes, mas nenhum daqueles que lhe apareciam na mente era bonito o suficiente para aquele que era o seu príncipe. A água escorria sobre seu corpo e um sorriso de contentamento apareceu novamente em seu rosto. Não podia esconder sua felicidade, seus olhos tinham um brilho diferente e seu sorriso constante era a condenação mais nítida de que aquele passeio matinal havia sido mais que perfeito. Enquanto todos imaginavam que era apenas contentamento por conhecer a praia e poder sair sozinho, ele não podia mais esperar pelas cinco e meia de tanta ansiedade. Ninguém podia mesmo pensar que ele seria capaz de algo, pois era tímido demais para ser ousado.
No entanto sozinho, agora descansando e um tanto ansioso, a todo momento olhava ao relógio. Cinco e meia, meu Deus, chegaria só daqui um século ele pensou. A ansiedade congelara os ponteiros do relógio, só poderia ser isso.
No almoço comia com ansiedade, todos notavam. Terminado o almoço todos se preparam para um passeio, convidado, ele diz estar cansado de tanto nadar, preferia dormir um pouco e voltar à praia no fim do dia. E foi dormir, naquele desejo juvenil de que ao dormir o tempo passaria mais rápido. Ali deitado, olhando pro teto, o verde daqueles olhos lhe apareceram à mente e um sorriso puro brotou-lhe dos lábios novamente. E fora tomado pelo sono. Sono profundo que o levou a sonhar. Sonhou que esperava, sentado no banco de uma praça, por um príncipe sem rosto, que apenas o desejo e a curiosidade o transformara em seu príncipe. Viria de ônibus. Os minutos passaram o ônibus apareceu, mas não parou, passou direto. E acordou assustado! Haveria perdido a hora? De um salto pôs-se de pé e olhou ao relógio. Eram cinco horas. Oh, respirou fundo. Era apenas um sonho, um sonho. Uma ansiedade enorme tomou conta de sua mente e coração e foi inevitável não pensar e não temer que seu príncipe não apareceria.



Tomou água, comeu uma fruta e foi para a praia. Passos ansiosos, respiração ofegante, medo, incerteza e se ele não aparecesse?
Chegou a praia em dez minutos. O calor não era tanto, apesar do sol ainda brilhar alto no poente. Entrou na água, mais no desejo de aplacar a ansiedade que resfrescar-se do calor e sentiu-se como que abraçado pelas ondas. Nadou em direção a areia e direcionou-se para o lugar combinado. E aqueles poucos minutos pareciam uma eternidade, até que pode contemplar caminhando em sua direção e já sorrindo maliciosamente, aquele que mudara sua timidez em ousadia. Se olharam e sorrindo se cumprimentaram num aperto de mão demorado. Seu nome? Pergutaram quase juntos. Vamos caminhar e conversar. Disse sim e seu coração não pulsava, mas dava saltos. É Henrique, me chamo Herinque disse meio ofegante. E o seu? Lindo nome, tanto quanto você. Eu me chamo Thiago. Seu nome também é bonito, muito mesmo. Só o nome perguntou maliciosamente Thiago. Não, não tudo em você é lindo disse Henrique e quantos anos? Quase dezoito disse Thiago e foram caminhando, caminhando até as pedras que os isolaram de todos e já escondidos se beijaram, sorriram felizes e se beijaram mais uma vez e apaixonadamente... (aguardem a última parte)
Arthur Alter















segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Desejo Contido - Parte I



Ele crescera agraciado pela natureza bonito, inteligente, ousado, mas por mais paradoxal que se pareça, tímido.
Aos quinze anos, pela primeira vez foi a praia. O mar o encantou, seus olhos se perdiam na imensidão das águas que se encontravam com o céu na linha do horizonte.
Tudo era novidade e encanto. Tanto quanto a beleza do mar, da praia e das ondas, os corpos de tantas pessoas em tantas formas o surpreendia. Garoto de cidade pequena, jamais havia visto tantos corpos seminús, no máximo garotos sem camisas. Mas aqueles corpos todos, subindo e descendo, correndo ou banhando-se era uma visão do Éden.
Aquele desejo contido, sufocado e mantido em segredo aflorou assustadoramente. À noite deitado em sua cama, tentava fixar o pensamento em algo, mas tudo era movimento contínuo e rapidamente as imagens mudavam em sua mente, sem que ele pudesse contemplar todas as suas formas. E ali por mais desconcentrado que parecia estar, olhando pro teto, ele viajava lembrando da beleza do mar e da praia, das ondas e daqueles corpos seminús, caminhando, andando ou banhando-se, tanto quanto sua mente viajava, agora sua mão viajava pelo seu próprio corpo, totalmente inebriada de luxúria e prazer.
Ao amanhecer do novo dia, um café corrido antecipou seus passos firmes e rápidos em direção à praia. Dia bonito ele disse pra si mesmo. Mergulhou e nesse instante mergulhara junto tantos desejos. Voltou à tona, nadou em direção à areia e logo adiante sentou-se. A praia estava quase vazia naquelas primeiras horas da manhã. Poucos caminhavam e desses caminhantes a maioria já em meia idade em suas caminhadas matinais. Ele com o olhar atento em todas as direções buscava algo que pudesse completar aquele quadro fresco da paisagem matinal com o sol se descortinando no nascente, deixando seu rastro de luz forte sobre as águas. Seu olhar buscava algo que pudesse não só prender lhe a atenção, mas ao mesmo tempo encantar-lhe a alma. E foi assim, olhando em todas as direções que ao longe ele percebe um casal que caminhava acompanhado de um rapaz. Estão o suficiente longe pra ele não definir forma e beleza. Mas na medida em que se aproximam tudo vai ficando mais nítido e bonito. Era um rapaz de corpo dourado pelo sol, cabelos castanhos despenteados e amassados pela noite dormida, o que lhe dera um ar de meninão. Aos seu olhos este não deveria ter mais que dezessete anos. Vem se aproximando e ele o acompanha apenas com o olhar um tanto quanto discreto. E ao se cruzarem ele não consegue disfarçar o encanto pela escultura que lhe passava bem diante dos olhos. Esboçou um leve sorriso, misturado com suspiro e encantamento profundo. Aquele ao perceber que era notado, em retorno esboça num sorriso faceiro sinal de aceitação, mas seguiu seu caminho. Mas alguns metros adiante vira e olha-o mais uma vez. Este ao perceber, é tomado por um momento de euforia e aquele desejo contido avolumou-se em suas entranhas e a volúpia o queimou por dentro. Acompanhou-o com o olhar fixo e atento até que a distância o impedira de definir suas curvas e formas. Entristeceu e pensou em retornar pra casa.


Mas resolveu ficar, dizendo pra si mesmo: quem sabe ele volta. E por certo ele há de fazer o caminho de volta, a não ser que ele já estivesse retornando, não, não poderia ser, e tratou de se auto-enganar. E decidira ficar mais algum tempo. Voltou à água e mergulhou e junto foi-se a euforia, nadou a ponto de cansar e perder as esperanças de ver aquela escultura novamente. Já cansado, nada em direção a praia e caminha pra se sentar em algum lugar, agora a praia já estava bem mais povoada. Quem sabe ele não poderia ver outras esculturas de forma e beleza igual? Seu coração batia cansado ou agoniado, ele nem sabia ao certo se era por estar cansado de nadar ou por aquela agonia contida. Sentou-se e passou a mão sobre os cabelos e ao levantar os olhos; bem diante dele, de pé, firme, parado olhando-o com calma um corpo molhado, de olhos verdes, cabelos molhados escorrendo a água sobre a face dava-lhe a beleza que nenhuma tela poderia retratar. Sim era ele. Que apenas lhe disse sem mesmo perguntar-lhe o nome. Me encontre aqui as cinco e meia. Não posso parar agora. As cinco e meia e sorriu já correndo na direção de onde viera mais cedo. Seus olhos o acompanharam sem acreditar e seu coração batia tão rápido que chegava a doer. Não era mais que dez horas da manhã e cinco e meia, não chegaria tão cedo...
Arthur Alter