segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Hotel fazenda

Ao chegar em casa cançado após um dia de trabalho, fui logo para o banho. Enquanto a água escorria de minha cabeça aos pés, pensava livremente no fim de semana que apenas tivera. Eu havia viajado com um grupo de amigos para uma cidadezinha do interior. O lugar um hotel fazenda lindo encrustrado no meio de uma mata e ao entorno algumas belas cachoeiras. Erámos em quatro. Nos conhecíamos fazia tempo e também havia tempo que estavámos planejando um passeio juntos. Allan era o mais novo dos quatro tinha 25 anos. Pedro tinha 27 e João Victor 29 eu era o mais velho com 31 anos e ao mesmo tempo eu parecia o mais jovem, mais brincalhão e gozador. Tudo pra mim era diversão. Apenas eu entre eles fazia academia e meu corpo bem definido demonstrava o quanto eu curtia cuidar de mim mesmo. E até parecia mais jovem de fato.
Saí do banho enrolado na toalha e fui direto pra cozinha, olhei o relógio e ainda não era sete e meia da noite. Peguei uma caixa de suco, um sandwich natural e uma banana. Sentei à mesa e comecei a comer. Dali levantei e voltei ao banheiro. Escovei os dentes e me olhei no espelho e logo percebi alguns fios brancos em minha cabeça, no topo da cabeça o cabelo já havia dado sinal de enfraquecimento. Mas os fios brancos me deixaram meio com aquela sensação de: estou ficando velho.
Já passei dos 30. Voltei pra sala sentei diante da TV me recostei na poltrona e comecei a ver qualquer coisa que nem me lembro. Meus olhos pesaram. Daí a pouco a campainha tocou, sonolento, ainda pensei que estava sonhando. Corri até o quarto botei um bermuda tec-tel branca nem pensei em cueca e corri até a porta. Ao abrir me surpreendi com uma visita inesperada. Era o Allan. Com um sorriso encantador me disse: eu não tinha nada pra fazer depois do trabalho e resolvi passar aqui, eu trouxe umas fotos de nosso passeio. Tá no meu pen-drive e pensei em copiar pra vc.
E eu meio confuso e feliz logo disse: caramba que legal entra ae. Meu notebook ta no quarto eu já vou buscá-lo fica a vontade. Fui até o quarto e discretamente ainda passei uma colônia Hugo Boss (Intense) e voltei com o notebook. Ele colocou-o no colo e começou a transferir as fotos e de quando em vez me olhava e eu não conseguia decifrar o que seus olhos queriam. Daí a pouco abri a boca demonstrando sono. Me desculpei e ele sorriu dizendo ainda é cansaço do fim de semana. E na verdade era. A gente se divertiu muito, brincamos como adolescentes. Ao terminar de transferir as fotos me aproximei mais e começamos a ver. Nossa ficaram bonitas ein!? E ele me disse: essa principalmente. Era uma em que eu demosntrava meus músculos rsrsrsrsr. E completou: bonita como o dono. Eu sorri meio amarelo e olhando-o nos olhos disse: verdade? E ele sem constrangimento disse: sim.
Passei a mão em seu rosto e disse: são seus olhos rsrsrsrs essas frases cliches ainda funcionam, não se enganem. Tirei o computador de seu colo e olhei-o firme nos olhos. Seus olhos brilhavam intensamente. Ele elogiou meu perfume e disse-se seduzido, me aproximei lentamentamente para beijá-lo e fatidicamente o telefone tocou, o fixo residencial, toque extridente, perdi o rumo assustado e quando olhei meio assim perdido e confuso, só estava eu na sala, a televisão falava às paredes e eu nem tenho telefone fixo. Era pouco mais que oito e meia da noite. Eu havia apenas sonhado. Foi apenas um sonho...
Fui até a cozinha tomei água e decidi ligar pro Allan, era tudo tão real e a gente tinha ficado tão próximos no hotel fazenda.
___ Allan? E então tudo bem? Quando é que vc vai me fazer uma visita e trazer as fotos de nosso passeio?
___ Oi Teté, beleza!? Ah cara eu levo aí um dia desses da semana. Ou te passo por e-mail.
___ Nada de e-mail, está intimado a vir pessoalmente. Ok?
___ Tudo bem então, vou deixar combinado de passar aí na sexta a noite pode ser?
___ Claro, sexta é sempre uma excelente noite!
___ Falou então, combinado. Abraço cara, se cuida.
___ Ok, fico te esperando. Se cuida também...
Sexta feira...

sábado, 11 de dezembro de 2010

Lembrança

Eu deveria saber quem eu sou agora; e na verdade eu sei. Por certo que sei.
Eu ando..., e as memórias se mantêm de alguma maneira pensando no inverno!
Teu nome é uma farpa dentro de mim.
Enquanto eu espero... espero que haja um novo começo, com coisas todas novas.

E eu me lembro do som do centro em novembro, tanto barulho, e eu desejava apenas o silêncio.
E eu me lembro da verdade: um dezembro quente contigo!
Mas eu não tenho de cometer este erro outra vez, não, não tenho mesmo.
E eu nao tenho de estar dessa maneira, sentindo o novembro, na lembrança.
Se eu só despertasse do sono, eu veria: já é dezembro.
O caminho ficou claro agora. Tua voz é tudo que escuto de alguma forma;
Gritando pro inverno, é no inverno que a gente se aquecia.
Tua voz é uma farpa dentro de mim gritando por meu nome.
Enquanto eu espero... espero, mas acho que até de meu nome eu me esqueci.

Eu poderia me perder, mas quero me encontrar... em qualquer lugar...
Na dura chuva azul dos teus olhos porque eu ainda sinto tua falta, é eu sinto!

E eu me lembro do som do centro em novembro.
E eu me lembro da verdade é eu me lembro.
De um dezembro quente contigo... é eu me lembro,
Mas quero esquecer...
Porque eu não tenho de cometer esse mesmo erro outra vez.
Arthur Alter