Odiava mudança, desde que se lembrava já havia mudado umas 8 vezes. Com dezoito anos, 8 mudanças eram muitas. E sempre culpava seu pai de estraga prazeres. Não tinha amigos, não dava tempo para construir amizades sólidas, pois toda mudança implicava deixar pra trás sonhos, desejos, amigos e projetos.
Nascera em Belo Horizonte. Aos dois anos mudou-se pra Juiz de Fora. Na verdade as mudanças na infância eram sempre uma aventura. Aos seis fora para o Rio de Janeiro. Aos dez voltara para Juiz de Fora. Seus pais pareciam ciganos. Mas na verdade a profissão do pai o obrigava a se mudar quase sempre. Mas quando se tornou adolescente e descobrira a importância de amigos passou a odiar as mudanças. E aos doze anos foi talvez sua pior experiência de mudança e a que mais lhe machucou. Dessa vez deixaria Juiz de Fora novamente e se mudariam para Poços de Caldas. Estudava a sexta série. Não tinha amigos de verdade, era filho único e de certa forma carente. Mas observava um menino da sétima série.
Moreno bonito, seus olhos tinham um verde encantador e os cabelos pretos bem escorridos sobre a cabeça, dava o cortono exato de beleza ao seu rosto. Descobrira seu nome e sonhava em poder se aproximar apenas pra dizer oi, olá ou um bom dia. Mas nunca era possível. Felipe, estava sempre rodeado de meninas bonitas. E o pior eram de turmas e séries diferentes.
Finalmente chegara a oportunidade, numa feira de ciências, de poder se aproximar com a desculpa de que queria saber sobre o trabalho que Felipe estava apresentando. Felipe fora atencioso e explicou tudo sempre com um sorriso lindo que deixava Augusto nas nuvens só de poder estar ao lado daquele que era o objeto de seus sonhos. Quando Felipe terminou perguntou: quer saber algo mais? Augusto gaguejou, disse sim e disse não. Quer dizer não mesmo, mas no fundo queria saber outras coisas. Felipe então agradece e como fazia com todos deu-lhe um cartão com seus contatos e disse: qualquer outra dúvida é só entrar em contato e eu terei o maior prazer em ajudar. Era mesmo inteligente. E Augusto depois disso teve muitas dúvidas, muitas mesmo. Tantas que um certo dia Felipe o convidou para estudarem juntos, mesmo sendo de séries diferentes.
Era tudo que Augusto queria. Assim se tornaram amigos e a amizade entre eles se tornava cada vez mais profunda. Augusto chegava a suspirar fundo só de ouvir Felipe e não perdia a oportunidade de sutilmente tocar-lhe. Era já meados do ano, as férias estavam se aproximando. Augusto estava feliz, mas algo lhe dizia pra não se empolgar demais, afinal já fazia também pouco mais de dois anos que estava em Juiz de Fora pela segunda vez.
De manhã tomou café e disse à mãe que voltaria mais tarde da escola pois iria estudar com os amigos e assim aconteceu. Mas a surpresa daquela noite, mais uma vez acabara com seus sonhos. Ao chegar em casa, na hora do jantar seu pai disse-lhe que mudariam logo na primeira semana de suas férias. Augusto ficou revoltado, nem comeu de raiva, bateu a porta do quarto e se trancou. No outro dia não quis ir à aula. Ficou em casa sentindo ódio da vida de tudo e de seu pai que sempre tinha que estragar seus sonhos.
À tarde conversou com Felipe pelo msn. Disse que estava revoltado com seu pai, pois sempre que as coisas começavam a dar certo, sempre que ele fazia amigos, tinha que se mudar. Felipe insistiu para que ele fosse à sua casa, mas Augusto preferiu não ir, queria ficar sozinho. Felipe ainda argumentou que estaria viajando com seus pais por uma emergência e que ficaria uma semana fora. Augusto ignorou o fato e disse: tudo bem, quando você voltar a gente conversa.
Felipe apenas fez um pedido: por favor, não vá embora sem se despedir de mim. Ao que Augusto disse: não, claro que não, eu não faria isso...
Finalmente chegara a oportunidade, numa feira de ciências, de poder se aproximar com a desculpa de que queria saber sobre o trabalho que Felipe estava apresentando. Felipe fora atencioso e explicou tudo sempre com um sorriso lindo que deixava Augusto nas nuvens só de poder estar ao lado daquele que era o objeto de seus sonhos. Quando Felipe terminou perguntou: quer saber algo mais? Augusto gaguejou, disse sim e disse não. Quer dizer não mesmo, mas no fundo queria saber outras coisas. Felipe então agradece e como fazia com todos deu-lhe um cartão com seus contatos e disse: qualquer outra dúvida é só entrar em contato e eu terei o maior prazer em ajudar. Era mesmo inteligente. E Augusto depois disso teve muitas dúvidas, muitas mesmo. Tantas que um certo dia Felipe o convidou para estudarem juntos, mesmo sendo de séries diferentes.
Era tudo que Augusto queria. Assim se tornaram amigos e a amizade entre eles se tornava cada vez mais profunda. Augusto chegava a suspirar fundo só de ouvir Felipe e não perdia a oportunidade de sutilmente tocar-lhe. Era já meados do ano, as férias estavam se aproximando. Augusto estava feliz, mas algo lhe dizia pra não se empolgar demais, afinal já fazia também pouco mais de dois anos que estava em Juiz de Fora pela segunda vez.
De manhã tomou café e disse à mãe que voltaria mais tarde da escola pois iria estudar com os amigos e assim aconteceu. Mas a surpresa daquela noite, mais uma vez acabara com seus sonhos. Ao chegar em casa, na hora do jantar seu pai disse-lhe que mudariam logo na primeira semana de suas férias. Augusto ficou revoltado, nem comeu de raiva, bateu a porta do quarto e se trancou. No outro dia não quis ir à aula. Ficou em casa sentindo ódio da vida de tudo e de seu pai que sempre tinha que estragar seus sonhos.
À tarde conversou com Felipe pelo msn. Disse que estava revoltado com seu pai, pois sempre que as coisas começavam a dar certo, sempre que ele fazia amigos, tinha que se mudar. Felipe insistiu para que ele fosse à sua casa, mas Augusto preferiu não ir, queria ficar sozinho. Felipe ainda argumentou que estaria viajando com seus pais por uma emergência e que ficaria uma semana fora. Augusto ignorou o fato e disse: tudo bem, quando você voltar a gente conversa.
Felipe apenas fez um pedido: por favor, não vá embora sem se despedir de mim. Ao que Augusto disse: não, claro que não, eu não faria isso...
[a continuar]
Arthur Alter
Mudanças são excenciais e inevitáveis...pois é meu amigo...ando passando por problemas sérios com uma certa guria, mas um dia td irá melhor...de uma forma ou de outra...
ResponderExcluirabração e até mais...
Ahh não, parou no momento crucial. Terei de esperar até o próximo... O texto está ótimo, com um toque de mistério, bastant descontraído. Mas foi o suficente pra chamar e prender completamente a minha atenção.
ResponderExcluirUm abraço !
Oi, Arthur, vamos acompanhar as suas crônicas por aqui com bastante interesse. Está bem bacana. Olha, eu não gosto muito de mudanças também não, mas das cidades que você cita conheço Poços de Caldas e achei bem bucólica, com um clima bem agradável. Obrigadão pela visita. Abraço e uma ótima semana pra você,
ResponderExcluirMuito perfeito, A sua escrita me prendeu aqui.!
ResponderExcluirNão sei por que, mas essa viagem de Felipe não ta me cheirando boa coisa.
Abraços.!
Oii Arthur.
ResponderExcluirComo sempre escrita impecável.
Hum, suspense no ar... Mal espero pela continuação.
Ah, Obrigado pelo apoio, já estou livre da Redoma.
Em breve continuarei o meu conto.
Brigadão por tudo amigo.
Bjus
suas crônicas e contos são sempre deliciosas amigos ... e o suspense q vc consegue inserir nelas ... adoooro ... dígno de um folhetim em horário nobre da TV [com todo o respeito viu ... isto vai como elogio pois acho deplorável a teledramaturgia brasileira no q concerne aos roteiros] ... enfm
ResponderExcluirmudanças eu adoro mas como tudo na vida tem seu preço ... muitas vezes dolorosos
bjux
;-)
Hehe Mais um conto de paixão adolescente, por sinal muito bom!
ResponderExcluirinteressante...
ResponderExcluirvou acompanhar até o final
e ow, essa cronica é inspirada em voce? ou é só pela criatividade mesmo? pq tá legal =)
fui
Oi Arthur, estou bem sim e fico feliz que vc tbm esteja. Serei muito feliz e espero que sejas tbm.
ResponderExcluirAi ficou ótimo o texto, muito bom mesmo.
Deve ser super difícil essa mudança toda heim? E ñ é pra menos que o garoto fique revoltado, eu ficaria, rsrs
Bjo
:)
Eu to precisando mudar Arthur...me ajuda? rsrsrs.
ResponderExcluirQuero ir pra Sampa rsrs.
Estou bem sim..saudades suas tb..
E vc com mais um Conto daqueles de tirar o fôlego é? Adoro. Já escreveu a Parte II? Tô esperando..anda.. rsrs
AbraçãããoOOOooOo.
Olá Arthur..
ResponderExcluirTbm acho que amigo é indefinível, mesmo que consigamos definir de tantas formas, tantas outras ficarão sem ser ditas.
Realmente, as mudanças fazem parte de nossa vida, as vezes um pouco difícil no começo, mas nada que o tempo não faça vc pensar que se tivesse que fazer de novo, com certeza vc faria...
Obrigada pelo carinho !!!
bjs
E ai? O que houve?????
ResponderExcluirOi Arthur,
ResponderExcluirlegal esses contos ein? eu tenho a mesma dúvida do Caio esta se baseando em sua vida ou apenas um conto a partir de sua criatividade?
Abraço cara.
Alê
Conto muito envolvente...fico ansioso pela continuação.
ResponderExcluirPor enquanto esta muito bom.
Abraço.
kkk, eu nunca mudei de cidade, nem de casa. tenho muitos amigos... à espera do proximo capitulo!
ResponderExcluirVocê conseguiu me prender no seu texto e me frustrar no final vendo que ainda tem uma continuação...
ResponderExcluirGostei :)
eu sou atrasado em questão de ler posts! Não se impressione se eu aparecer do nada em um post muito antigo. Sou assim mesmo.
ResponderExcluirrs
O conto está bem legal. Deve ser realmente ruim se mudar toda hora. Affe...
Mas ao mesmo tempo, acho que deve ser prazeroso viver um pouco em um monte de lugar!!