No Ano que vem se aproximando, desejo que tenhamos mais determinação e disposição. Que sejamos mais coerentes, mais audaciosos. Será um ano muito importante para nós brasileiros. Ano de trocar de presidente e representantes estaduais. Tempo de mudança. O Ano Novo evoca mudança de vida, de rumos, de perspectivas.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Então é Natal!
No Ano que vem se aproximando, desejo que tenhamos mais determinação e disposição. Que sejamos mais coerentes, mais audaciosos. Será um ano muito importante para nós brasileiros. Ano de trocar de presidente e representantes estaduais. Tempo de mudança. O Ano Novo evoca mudança de vida, de rumos, de perspectivas.
domingo, 20 de dezembro de 2009
Muitas obras de arte da Antigüidade mostram músicos e seus instrumentos, entretanto não existem conhecimentos sobre como os antigos faziam seus instrumentos. Apenas umas poucas peças completas de música da Antigüidade ainda existem, quase todas do povo grego.
Eu imagino que a maioria das pessoas estejam postando sobre seu próprios gostos músicais. Ao contrário eu resolvi postar sobre o surgimento dá música nas civilizações antigas. O Que temos hoje é resultado daquele tempo. E saber um pouquinho disso é sempre bom. É um tipo de leitura chata, eu sei. Mas talvez você queira ler a história da música em apenas um dos povos que elenquei abaixo de forma bem suscinta. É só escolher!
Egito - Por volta de 4.000 a.C., as pessoas batiam discos e paus uns contra os outros, utilizavam bastões de metal e cantavam. Posteriormente, nos grandes templos dos deuses, os sacerdotes treinavam coros para cantos de música ritual. Os músicos da corte cantavam e tocavam vários tipos de harpa e instrumentos de sopro e percussão. As bandas militares usavam trompetes e tambores.
Palestina - O povo palestino provavelmente não criou tanta música quanto os egípcios. A Bíblia contém a letra de muitas canções e cânticos hebraicos, como os Salmos, onde são mencionados harpas, pratos e outros instrumentos. A música no templo de Salomão, em Jerusalém, no século X a.C., provavelmente incluía trompetes e canto coral no acompanhamento de instrumentos de corda.
China - Os antigos chineses acreditavam que a música possuía poderes mágicos, achavam que ela refletia a ordem do universo. A música chinesa usava uma escala pentatônica (de cinco sons), e soava mais ou menos como as cinco teclas pretas do piano. Os músicos chineses tocavam cítara, várias espécies de flauta e instrumentos de percussão.
Índia - As tradições musicais da Índia remontam ao século XIII a.C.. O povo acreditava que a música estava diretamente ligada ao processo fundamental da vida humana. Na Antigüidade, criaram música religiosa e por volta do século IV a.C. elaboraram teorias musicais. Os músicos tocavam instrumentos de sopro, cordas e percussão. A música indiana era baseada num sistema de tons e semitons; em vez de empregar notas, os compositores seguiam uma complicada série de fórmulas chamadas ragas. As ragas permitiam a escolha entre certas notas, mas exigiam a omissão de outras.
Grécia - Os gregos usavam as letras do alfabeto para representar notas musicais. Agrupavam essas notas em tetracordes (sucessão de quatro sons). Combinando esses tetracordes de várias maneiras, os gregos criaram grupos de notas chamados modos. Os modos foram os predecessores das escalas diatônicas maiores e menores. Os pensadores gregos construíram teorias musicais mais elaboradas do que qualquer outro povo da Antigüidade. Pitágoras, um grego que viveu no século VI a.C., achava que a Música e a Matemática poderiam fornecer a chave para os segredos do mundo. Acreditava que os planetas produziam diferentes tonalidades harmônicas e que o próprio universo cantava. Essa crença demonstra a importância da música no culto grego, assim como na dança e nas tragédias.
Roma - Os romanos copiaram teorias musicais e técnicas de execução dos gregos, mas também inventaram instrumentos novos como o trompete reto, a que chamavam de tuba. Usavam freqüentemente o hydraulis, o primeiro órgão de tubos; o fluxo constante de ar nos tubos era mantido por meio de pressão de água. (fonte: http://www.edukbr.com.br/artemanhas/historiadamusica.asp)
Ok vamos lá. Top 5 for a heart in flames.
Pássaro de fogo – Paula Fernandes
Abrazame – Camila
Sleeping to dream – Jason Mraz
I’m Yours – Jason Mraz
Stoy Enamorado - Thalia y Pedro Capó
You and Me – Lifehouse
Saving Me – Nickelback
You – Switchfoot –
Far Away – Nickelback
Sutilmente - Skank
É isso bju a todos. Pra quem curte e se empolga com as festas de fim ano. Aproveitem bem, se divirtam muito, comam muito, dancem muito, escutem muita música, gritem muito. Mas não se esqueçam que esse deveria ser também o tempo da gente amar mais, perdoar mais e de verdade. Existe uma razão, muito maior que essa que se apresenta aos nossos olhos, que é o verdadeiro sentido de TUDO. Pode ser sua última chance. Estejam atentos.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Sonhando
Arthur Alter
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Um Novo Amigo, Um Grande Amor
Organizar tudo em seus devidos lugares, leva tempo e é cansativo, essa sempre fora a pior parte da mudança. Mas dessa vez Augusto estava contente. Ele sempre ficava encarregado de organizar seu próprio quarto a seu gosto e modo.
Ali ajeitando suas coisas ficou pensando no novo amigo. Marlos parecia ser um cara super legal e descontraído. Durante aquela tarde ele não o veria novamente. No domingo ele acordou tarde. Estava um pouco ansioso, mas tratou de disfarçar, seu pai era mestre em leitura corporal e facial, logo perceberia as inquietações de Augusto. O domingo já caminhava para o seu fim e aquela tarde de inverno já prenunciava a penumbra que logo traria a noite. Augusto e Marlos tinham combinado de se encontrarem as cinco da tarde e pontualmente ele chegou com seu skate nas mãos. Augusto apenas falou com os pais que sairia e desceu as escadas saltitante. Se cumprimentaram e desceram a rua conversando. Dois quarteirões abaixo havia um espaço meio improvisado onde Marlos e outros rapazes utilizavam em suas manobras com o skate.
Ao chegarem ao local, Augusto logo percebeu que não havia ninguém além deles dois chegando. Marlos se exibiu graciosamente em suas manobras para Augusto, é verdade que errou algumas, caiu em outras, mas tudo fazia parte do show. Depois, cansado e ofegante se aproxima de Augusto e pergunta: quer tentar? Augusto responde negativamente. Afirmando que nem mesmo equilibrar-se ele conseguiria. Marlos então diz: vem cá, eu te mostro. Sobe aí, ele disse. Depois veio para frente de Augusto e de costas pra ele, de braços semi-abertos simula o equilíbrio e o balanço do corpo. Augusto tremera, mais de ansiedade do que de medo ou tensão propriamente. Então Marlos se vira e diz: vê como é fácil! E vai para trás de Augusto, toma seus braços tensos e os levanta a meia altura e diz, relaxa, é moleza! Se aproxima mais e abre mais um pouco os braços de Augusto a ponto dele sentir o calor daquele corpo bem próximo ao seu. A tensão em Augusto vai às alturas.
Após algumas tentativas mal sucedidas, Augusto desiste com a promessa de tentar outra vezes em outra oportunidade. Ali mesmo se sentaram e começaram a conversar. Augusto falou de suas inúmeras mudanças, de suas insatisfações e da possibilidade de em pouco mais de 2 anos ter de se mudar de novo. Mas que dessa vez, estava feliz. E que na próxima mudança ele já seria maior de idade e que certamente, ele não mudaria com seus pais. Foi então que Marlos perguntou-lhe a idade. Vou completar 17 ele disse. E você perguntou em seguida. Vou completar 18 em breve.
Vamos embora, já esta escurecendo, falou Augusto. E brincando Marlos disse: o bebê tem medo do escuro? Não precisa não! Augusto sorriu e respondeu: não, não tenho, principalmente se estou acompanhado. E olhou Marlos firmente nos olhos. Aqueles olhos pretos brilhavam mais à medida em que a noite se aproximava. Seus olhares de cruzaram de forma intensa e uma mistura de medo e incerteza também apareceu entre ambos. Se levantaram e Marlos disse você vai gostar daqui, eu tenho certeza. E Augusto disse: eu tenho certeza que sim. Caminharam para casa. E a noite caiu rapidamente. Subindo a rua Marlos intencional e sutilmente põe a mão sobre o ombro de Augusto que o olha meio constrangido com um sorriso acanhado e em poucos minutos, com delicadeza, retira a mão do amigo de seu ombro com um aperto suave e cúmplice...
Ps. Abraço aos meus fiéis leitores, estarei retornando os comentários de todos em breve.
Arthur Alter
domingo, 13 de dezembro de 2009
Pra Você
Rimos de tantas coisas que talvez nem eram engraçadas, mas a simpatia que você me transmitia do lado de lá era contagiante. Aos poucos nos despismos de nossos escudos e bem graciosamente senti, que aquela distância enorme havia simbolicamente diminuido, mas ao mesmo tempo era sentida e real. Se só eu desejei não sei. Mas se eu pudesse, eu voaria naquele momento em alguma direção que pudesse me aproximar de você. Talvez eu pudesse encontrar uma árvore bem próxima a janela de seu quarto. E se assim o fosse eu me encantaria ao ver você cantar e dançar e ainda seria ingênuo o suficiente pra ficar pensando: seria em minha homenagem?
Certamente você, mais que eu sabe que apesar de nossos medos, também somos ousados. Tenho medo sim, de muitas coisas. Mas se você me motivar, cuidado, não conheço limites. Me transformo num bárbaro como Conan ou num invencível super homem, de ferro, mas sensível o suficiente para também amar.
Por fim, chegou a hora de eu falar de você. Sim sua voz me encanta. Estou encantado. Poderias cantar para mim todas as noites ainda que fosse a mesma canção e eu não me cansaria de ouvir sua suave e doce voz. Sim, você me disse que é modelo fotográfico. Em tudo que falamos, em cada música que partilhamos, nos seus sorrisos e em seus medos, em cada sutileza sua eu fotografei você e guardei em algum lugar em meu coração. E não precisa se esconder de mim, eu já sei onde te encontrar, também não precisa ter medo, eu não vou te perseguir. Como eu disse, eu antes te defenderia e mais que isso te esconderia em algum lugar que so eu poderia encontrar.
Bom minha leitura de você, se mistura com minha forma de me revelar a você, isso quer dizer que não posso entender você sem olhar para aquilo que sou e você jamais vai poder se revelar pra mim sem se deparar com aquilo que você é.
Amigo, eu queria poder ser capaz ter lido mais de sua alma e da pessoa encantadora que você é. Mas é isso, nossa amizade aos poucos se encarregará disso.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
A Chegada
No dia seguinte, acordaram todos mais tarde, era certamente resultado do cansaço da viagem e também da organização das coisas para mudarem. Depois do café da manhã seguiram para o Apartamento onde iam morar. Era bem próximo ao Centro da Cidade, no Floresta, e esse nome para Augusto era lindo, ele imaginava que seria um lugar, bem mais verde ou no mínimo cercado por uma floresta, mas nada disso. O interessante é que era um bairro bonito, bem situado na Cidade e perto de tudo que ele já havia pesquisado.
Depois que chagaram no apartamento Augusto e sua mãe começaram já a limpar alguma coisa e seu pai saíra para comprar algum produto de limpesa, ao retornar, ele disse para Augusto para descer e esperar embaixo à beira da rua que o caminhão de mudanças não demoraria a chegar. Era um sábado de inverno, o dia não estava assim tão frio, o sol brilhava timidamente. O bairro todo parecia adormecido, o silêncio reinava nas ruas. Será que não mora ninguém por aqui? Augusto pensou. Nem mesmo no prédio onde chegaram, nenhum sinal de gente. Ali embaixo esperando, sentou-se à beira da calçada, a rua estava completamente deserta. Mas em instantes um barulho o despertou, alguém descia a rua em sua direção em um skate. A rua tinha um leve declínio. Augusto observou atentamente a passagem do rapaz que fez um sinal de ok e sorriu. Augusto retribuiu o sinal e o sorriso. Mas sentiu algo inesplicável por dentro, uma sensação que há muito não sentia. Aquele sorriso ficara registrado em sua mente. E nesse instante o caminhão chegou. Augustou indicou a direção do apartamento deles aos carregadores e subiu logo, mas sua mente estava fixa naquele sorriso e começara a se auto-perguntar: estaria ele indo em direção à sua casa ou deveria fazer o caminho de volta? Quem seria? Moraria ali perto? De vez enquando Augusto se aproximava da janela para ver a rua. Sua intenção era apenas tentar ver novamente o rapaz. Sua ansiedade era grande. Passado pouco mais de uma hora descera para pegar algo e eis que o rapaz vem subindo em sua direção com o skate nas mãos. Augusto sorri discretamente e o rapaz o pergunta: está mudando pra cá? Legal! Vamos ser vizinhos moro logo ali em cima. E você manja de skate? Ao que Augusto respondera negativamente. E ele disse: é fácil, posso te ensinar se quiser. Augusto apenas sorriu e disse pode ser. Estava começando ali uma grande amizade. Era mesmo uma bela recepção. Augusto se apresentou e perguntou o nome de seu novo amigo que lhe estendeu a mão e disse: Marlos, prazer! Depois de mais algumas frases e compromisso de se encontrarem de novo para conversarem Augusto subiu feliz novamente e seus primeiros dias seriam mesmo imprevísiveis como sua própria vida...
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
De Poços de Caldas a Belo Horizonte
Decidira fechar os olhos e o coração ao amor. Talvez fosse cedo para uma decisão tão radical, mas decidira que era melhor, não valeria a pena amar outra vez. Era certo que em dois ou três anos seus pais teriam que mudar novamente, era sempre assim. Amar novamente seria passar pela mesma dor, era ser arrancado de dentro de si mesmo.
O tempo realmente deixou Felipe apenas na lembrança de Augusto. Lembrança saudosa. Ainda se falavam via msn, mas raramente, e as conversas eram formais, vagas e frias. Todavia ainda falavam de saudade e vontade de se reencontrarem. E isso só servia pra reforçar em Augusto a certeza de que não valeria a pena se entregar ao amor novamente. Não porque ele acreditasse que poderia voltar ao encontro de Felipe, mas porque ele sabia que mudar de cidade ou talvez até de estado seria inevitável. Afinal em seus 13 anos de vida já havia se mudado quatro vezes.
E o dia fatal, o que Augusto de alguma forma desejava que não acontecesse, aconteceu. Exatamente passados quatros. Augusto hoje aos 16 anos de idade, mudaria novamente. Mas dessa vez não deixaria amores e nem dor na partida. Nos anos vividos em Poços de Caldas, fez amigos e colegas, mas negou-se ao amor e isso o deixara frio, insensível e alheio ao sentimento que aquece a existência. Para compensar seu distanciamento, entregou-se aos estudos, estudar era a justificativa mais convincente pra ele mesmo de que não tinha tempo para amizades sólidas. Mas quem já foi arrancado várias vezes do seu próprio chão, de sua zona de conforto, sabe o que isso significa e inconscientemente ou não, ele se escondeu em algo que não poderia ser arrancado dele.
Augusto chegara ao ponto de pensar em seguir a carreira do pai, assim no futuro suas mudanças seriam justificadas com o trabalho. Se isso aconteceria mesmo, o tempo iria à frente dizer. De outro lado, o mais improvável aconteceu, Augusto recebeu com alegria a notícia que voltariam à sua terra natal.
Ele nascera ali, mas deixara Belo Horizonte aos dois anos de idade. Então o que o alegrou já que de fato ele não conhecia nada da cidade onde nascera? O que poderia ter despertado nele o desejo de morar em BH? A verdade é que ele se empolgara e isso deixou seus pais felizes, afinal nas mudanças anteriores ele sempre se revoltara.
Para Augusto Belo Horizonte era a terra das possibilidades, chegando aos seus dezessete anos, essa nova mudança o animou. Era como se ele pudesse prever o futuro, era como se ele estivesse saindo do cativeiro rumo à terra prometida. Até seus pais ficaram surpresos com sua empolgação. O que estaria acontecendo? O que teria em Belo Horizonte que o animara tanto? Ele nunca conhecera BH de fato. Mas ele sabia que ali na capital das gerais tudo seria mais parecido com a terra dos seus sonhos. Aberto a novas descobertas, curioso para descobrir a verdade narcisística de BH, ele começara a contagem regressiva para a nova mudança. Mas em seu íntimo ele sabia que a empolgação não deveria ser tanta, pois mesmo antes de se acostumar à nova cidade uma nova mudança poderia inesperadamente acontecer, para ele o futuro era sempre imprevisível...
Arthur Alter
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
É isso...
Grande abraço a todos e espero que gostem.
Pátio lotado, gente transando de um lado ao outro em euforia, descontraídos como se tivessem numa área de festa. Pátio enorme, amplo, de tanta gente parecia a avenida paulista em um dia de um show qualquer.
Primeiro dia na faculdade, meio perdido, meio surpreso por ver tanta gente jovem junta, gente bonita e descolada pensou. Ansiedade e medo rondavam sua mente de rapaz do interior. Era um estranho numa das maiores universidades da capital. Meio deslocado, alí ninguém o percebera. Olhou para todos os lados e nesse instante teve a nítida sensação de que alguém o observava, seria só impressão? E logo decidiu ir na direção da maioria.
Numa parede enorme, para quem estava habituado com uma casa modesta, uma dezena de folhas cheias de nomes. O dele certamente estaria ali. Na frente do nome, indicação de período, andar e sala. Localizou-se e seguiu. Chegou à sala, uma completa algazarra, desordem total. Sorriu meio amarelo para aqueles que o notara. Pensou em sentar-se mais a frente, mas conteve-se e foi mais para o meio. Sentou-se. Em poucos minutos entra na sala aquele que deveria ser o professor. E mesmo assim foi-se alguns minutos até que os mais exaltados o notassem e fizessem silêncio.
O professor embora jovem, mas de voz forte e que inspirava autoridade aprensentou-se, introduziu sua disciplina e nesse tempo passara-se mais de meia hora e o silêncio reinara. Abriu espaço para perguntas e alguns engraçadinhos deram logo o ar da graça, a algazarra começara e o professor não se fez indiferente, deu logo o tom com o qual conduziria suas aulas. Anatomia.
À chamada, ele foi lendo os nomes e quase nunca comparava o nome à pessoa. Mas logo que chegou àquele nome e sobrenome, levantou os olhos procurando-o na classe. Ele apenas e discretamente levantou a mão já vermelho, e muitos olharam em sua direção. Seria o nome? Ficou constrangido. O professor continua a chamada mas a essa altura a turma já está às turras. E o professor convida os já chamados a deixarem a classe, eles se levantam como uma tropa. Calmamente, olhando na direção do professor, ele se levanta e sai depois de toda a tropa, poucos ficaram para responder a chamada uma meia duzia talvez. O professor olhara-o outra vez discretamente e continuara a chamada. Mas mesmo tendo visto o professor pela primeira vez, em seu primeiro dia de faculdade, desde antes, ele já havia percebido como são os olhares...
domingo, 29 de novembro de 2009
Quem Sou Eu?
um cara simples, inteligente é verdade. Um cara que sabe ser quem é, sem chamar a atenção. Não faço propaganda daquilo que sei ou sou. Se me perguntar eu respondo, do contrário fico calado. Não sou invasivo e não gosto que invadam minha privacidade. Sou apaixonado pela vida. Gosto de música, romântica de preferência e pop internacional. Mas sei escutar outras músicas também. Gosto de ler. Gosto ir ao cinema mas vou pouco por falta de companhia. Gosto de viajar e isso faço sempre que posso. Sou sincero, amigo e carinhoso, sou atencioso e cuidadoso com aqueles que me cativam. Não insisto pra conquistar a pessoa que me chama atenção, principalmente se a pessoa me disser que não tá afim.
Sou bem meticuloso. Gosto de tudo a seu tempo e hora. Tenho minhas defesas e manias, não me revelo fácil. Minhas verdades, não são absolutas, minhas crenças não são definitivas. Não estou pronto, sou um sendo, pra quê ser definitivo sobre aquilo que está incompleto?
Sou solidário, gosto de ajudar os que precisam. Tenho um senso de humor aguçado, acho graça de coisas simples. Não me irrito facilmente, se irritar não vale a pena. Acredito nas pessoas com facilidade, sei que isso não é bom, é péssimo. Mas até que eu não veja com meus próprios olhos que não vale a pena, eu prefiro acreditar.
Amo minha família. Tenho poucos amigos, e isso me faz mal. As vezes me sinto só, sem ninguém para partilhar minhas alegrias, angustias ou medos.
Passo a maior do tempo em casa, (quando não estou trabalhando). Adoro meu quarto, é meu cantinho de segurança.
Sou ingênuo a minha maneira. Mas não me ponha à prova, você pode não gostar de minha astúcia.
No campo afetivo-emocional por exemplo, não consigo perceber quando alguém está afim de mim. Talvez seja por isso que fico sempre sozinho. Olhares são sempre traiçoeiros e o coração engana.
O melhor que dou de mim para as pessoas é minha autenticidade e sinceridade. Percebo logo quando alguém é desprovido dessas qualidades e logo me distâncio.
Embora eu seja amoroso, romântico crônico, não abro mão da razão, é ela que não me deixa sofrer mais do que posso e devo. É minha defesa contra mim mesmo.
Não julgo ninguém pela aparência. Isso é feio. Não discrimino ninguém, não falo mal de ninguém e não curto a companhia de quem faz isso ou de quem se acha superior. Sou um cara que tem sonhos e metas. Por isso acho díficil me relacionar com pessoas que não têm sonhos e nem perspectivas, esse tipo de pessoa vive ao sabor do vento, e viver assim, só é bom em duas fases da vida. Ou na adolescência ou na maturidade. Como fui assim na adolescência, hoje adulto, estou esperando a maturidade pra voltar a fazer tudo que for possível, sem tempo e regras. Hoje sou prisioneiro dos dois (tempo e regras). Meus hábitos são simples, gosto da simplicidade das coisas. Não prometo o impossível e me esquivo de prometer até o que é possível. Não sou santo, nem pecador. Sou humano, homem. Essas duas essências, pureza e impureza me tornam completo. Não gosto da perfeição, mas gosto do que beira a essa possibilidade. Não sei voar, não gosto de correr, mas sei andar. Contemplo o sol no nascente ou no poente e depois disso consigo falar mais de mim. Quando contemplo a lua imagino que alguém especial poderia fazer parte de minha vida. Mas ainda caminho sozinho. Acredito que eu possa ser mais, mas ainda não chegou a hora e sei que vou morrer incompleto e isso não me assusta nem um pouquinho. Quer saber o que mais? Nem eu sei agora. Ainda estou aprendendo. Depois te falo.
Sobre o amanhã? Não sei... que venha o que vier... Tô aqui pra aprender e há muitas páginas em branco no livro de minha vida a serem escritas e eu já aprendi a escrever. Aguarde!
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Um dia daqueles
Hoje foi um dia daqueles. Daqueles que a gente começa animado e com muita coisa pra fazer e já que estamos animados, parece que tudo vai dar certo. Tenho começado a desconfiar disso. Bem se diz que: “quando a esmola é muita o santo desconfia”. Parece que quase sempre em um dia ou outro, sempre acontece algo de inesperado só pra mudar a rotina das coisas.
Meu dia estava animado e eu bem disposto. Cheguei ao escritório e tudo parecia normal.
___ Bom dia Marisa!
___ Bom dia Sr. Arthur! E foi logo escondendo as lágrimas. Eu logo pensei: mulheres e seus melodramas. Entrei pra minha sala e logo o telefone tocou. A telefonista transferiu uma ligação, coisas rotineiras. Logo entra Marisa em minha sala e já em lágrimas começa a dizer:
___ Sr. Arthur, não posso trabalhar hoje.
___ Quer... aceita água? E vou logo pegando um copo sobre minha mesa. Ela com as mãos trêmulas bebe um pouco entre soluços, gemidos e berros. Eu pensei mulheres são sempres dramáticas demais. Tomei o copo de suas mãos e olhei pra ela como eu nunca havia olhado antes. Puxa! Ela era tudo aquilo? Linda, exuberante! Olhos encantadores e agora vermelhos e inundados em lágrimas. Extremeci. Ela chorava descontinuamente, queria me dizer algo desde que entrou, mas as lágrimas a impediam. Me aproximei e a envolvi em meus braços e ela chorou mais ainda e eu continuava sem entender nada.
Nesse instante a Luiza entra de supetão em minha sala. Saiu de onde meu Deus? Como? Não devia estar ali aquela hora. Um minuto de choque e de um silêncio absoluto não programado. Até que Luiza se desmancha em lágrimas e sai aos berros. E agora? Larguei Marisa. Tentei correr atrás da Luiza que já saia na porta principal. Eu gritei: Luiza? Ela vira e grita de volta.
___ Seu traidor! Como ousa? Vê se me esquece. E sai correndo.
No corredor não podia faltar a presença da faxineira, do office boy e outros transeuntes. Nisso sai Marisa de minha sala ainda chorando. Eu vou logo dizendo:
___ E vocês, vão ficar aí assitindo o que? Vão trabalhar. E digo pra Marisa: vá pra casa curar essa choradeira. E ela se desespera.
___ Vá logo!
Todos sumiram do corredor. Entrei em minha sala meio atordoado e depois de cinco minutos pensei num café bem forte. Resolvi descer até a cantina. Ao chegar lá havia um alvoroço descomunal que se transformou num silêncio nunca antes presenciado, logo que crusei a porta. Ninguém dizia nada. Como também não sabiam pra que lado olhar. Logo fiz meu pedido.
___ Um café expresso. Mais forte que o comum... se puder. Peguei o café, olhei pro office boy e disse, sobe logo pra minha sala. O Rapaz saiu correndo. Quando cheguei ele já estava de pé na porta. Entrei e disse:
___ Entre. Nisso o telefone tocou. Eu só pude respirar fundo.
___ Pois não, oi Helena tudo bem? Ufa!!! Que alívio. Pede pra ligar em cinco minutos. Obrigado querida. Era a recepcionista, eu até havia me esquecido dela, que lá do hall central não devia ter ficado sabendo de nada ainda, afinal ela é irmã do office boy.
___ Bom João Victor, hoje você vai fazer isso, isso e isso também e depois volte aqui. Nesse instante meio involutariamente comecei a rir. O office boy, ficou sem entender nada. Quando terminei meu sorriso involuntário e meio forçado, eu perguntei:
___ Qual o boato? João Victor é desses rapazes de bem com a vida, bem humorado e bem sacana , coisas de rapazes dos seus dezenove ou vinte anos.
___ Diga logo rapaz! Somos só nós dois aqui agora. E diga a verdade. E ele foi logo dizendo:
___ Estão dizendo que sua noiva te pegou dando o maior amasso na secretária. Eu disse:
___ O quê? Mas eu já devia saber que esse seria o boato. E ele sem nenhum constrangimento e totalmente a vontade continuou dizendo:
___ Pô chefia, você só deu mole em agarrar a moça aqui né? E eu inocentemente disse:
___ Como eu poderia imaginar que minha noiva ia vir aqui hoje logo cedo? Mas perá aí, não é nada disso. E ele disse:
___ Ah não?
___ Claro que não! Tudo não passa de um tremendo mau entendido. E ele disse: sei!
___ Oh rapaz, vá logo! E ele saiu. Eu pensei comigo: Se você imaginasse em quem eu gostaria de dar uns agarros, você ia extremecer nas bases.
Isso é pouco pra um começo de dia, e eu ainda tenho que encarar a Luiza e nem sei porque a Marisa acabou com meu dia. Mulheres!
Agradeço a todos que prestigiaram e leram a entrevista dos meninos do Ká entre Nós. De fato tudo que vocês comentaram sobre eles é verdade. Há poucas palavras pra definí-los. Eles são maravilhosos. Estão passando um momento de díficil com o problema de saúde do Jay, mas por certo que é só uma fase e logo tudo se acerta.
Espero que goste de minha crônica. Estarei comentando no blog de todos e devolvendos os comentários ok.
Adorável fim de semana a todos. É sempre um prazer receber os comentários de vocês.
Abraço a todos.
Arthur Alter
sábado, 21 de novembro de 2009
Entrevista: Jason e Alê
14. VOCÊS FALARAM QUE ALGUÉM CRITICOU O MOVIMENTO PELO DIA VERDE. E AÍ?
15. JAY FALA DE SUA SAÚDE.
16. SEU PROBLEMA DE SAÚDE MUDOU OU MUDARÁ ALGUNS PLANOS FUTUROS?
17. É UMA DOENÇA SÉRIA E VOCÊ TEM MEDO DESSA DOENÇA?
18. SEU LIVRO VAI SAIR MESMO? QUANDO?
20. ALÊ, EU NOTEI UMA CERTA IRONIA. VOCÊ DISCORDA MUITO DO JASON?
21.ALÊ VOCÊ ACHA QUE O JAY FALA DEMAIS?
22. ALÊ VOCÊS ESCONDEM A RELAÇÃO DE VOCÊS?
23. ALÊ VOCÊS JÁ PASSEARAM DE MÃOS DADAS EM PÚPLICO?
24. VOCÊS ACHAM QUE A MAIORIA DO SEGUIDORES DE VOCÊS SÃO GAYS E SIMPATIZANTES?
25. PORQUE TANTOS SEGUIDORES NÃO GAYS NUM BLOG DE DOIS GAYS?
26. QUAL O DIFERENCIAL DO KÁ ENTRE NÓS PARA OUTROS BLOGS GAYS?
27. EXISTE UM CERTO GLAMOUR EM TORNO DA IMAGEM DE VOCÊS. E PARECE QUE VOCÊS FAZEM QUESTÃO DE MANTER ISSO EM SEGREDO. POR QUE? É CHARME? FAZ PARTE DA PROPAGANDA? O QUE TÁ POR DETRÁS DISSO?
28. FINALMENTE A PALAVRA É DE VOCÊS.
Ok Jason, pedido concedido. Valeu meninos. Grande abraço e muito mais sucesso sempre. Bjus
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Entrevista: Jason e Alê
4. ESSA AMIZADE E CARINHO POSITIVOS: COMO É CONSTRUÍDA?
7. ALÊ O QUE É MAIS FÁCIL E O QUE É MAIS DÍFICIL EM SUA RELAÇÃO COM O JASON?
8. O QUE É O AMOR PRA VOCÊS DOIS?
9. COMO VOCÊS CONSEGUEM MANTER UM BLOG COM TANTA DINAMICIDADE E INTERATIVIDADE?
10.ENTÃO VOCÊS RETRIBUEM TODOS OS COMENTÁRIOS?
11. VOCÊS SÓ COMENTAM NOS BLOGS QUE VSITAM VOCÊS?
12. JASON COMO VOCÊ ENCAROU AS CRÍTICAS AO BLOG? Numa boa. Primeiro eu tentei realmente dar um perfil ao blog, mas eu sou dinâmico demais pra fazer uma coisa só. Por exêmplo se eu tivesse que trabalhar fazendo uma mesma coisa todos os dias eu iria pirar logo. Eu fico admirado de blogueiros que conseguem manter sempre o mesmo estilo de postagens, definitivamente não é pra mim. Críticas fazem a gente crescer e melhorar e eu particularmente acho que o Ká Entre Nós tá sempre inovando e ao mesmo tempo melhorando. Então que venham as críticas.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Mudança - Final
Depois de ums 15 minutos pedalando entraram numa trilha estreita, ladeada por árvores de um lado e uma montanha rochosa do outro e bem abaixo passava um riacho pequeno, mas bonito. Seguiram na trilha mais alguns minutos até que Felipe disse é logo ali. E do outro lado das pedras o riacho formava um lago que escorrendo entre as pedras formara uma pequena cascata.
O lugar era bonito e o barulho da água dava o contorno perfeito à moldura que se desenhava aos olhos de Augusto. Empurraram as bicicletas e encostaram-nas em um arbusto e Felipe desceu correndo sobre as pedras e Augusto o seguiu. Logo abaixo se sentaram e na pureza de suas adolescências conversaram por um longo tempo. Conversa solta sem adornos ou frases feitas. Felipe falara de sua viagem, de vídeo game e de uma festa. Augusto falou da escola e da mudança que já seria no fim daquela semana e ao lamentar disse que sentiria saudades do amigo.
Felipe então se levanta e tira a camisa. Augusto se surpreende e fixa os olhos no amigo que sorrindo diz-lhe vai ficar ai olhando? Vamos nadar. Augusto ainda tenta resistir mas o amigo entra na água e insiste. O lago era bem raso e Augusto então se resolve e entra na água. Sorriam, jogavam água um no outro, diversão espontânea e bonita. Estava tudo perfeito para Augusto que sempre ao olhar para o amigo sentia vontade de abraçá-lo. As brincadeiras foram se tornando mais provocativas: não faz isso! Não! Não apela, apelou perdeu e riam! E Felipe então trava uma luta com Augusto que ao ser agarrado pelo amigo se assusta e fica quase que imóvel, mesmo tentando oferencer resitência não conseguia.
By Arthur Alter
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Mudança - Parte II
Augusto passou o resto da semana entediado. Muitas foram suas lágrimas. Nada estava bom e a revolta com seu pai era clara. O pobre nem era tão culpado assim, era ossos do ofício de um desembargador de justiça. Que no fundo só queria mesmo o melhor para o filho. Nada lhe interessou naqueles dias e ele sentia a ausência de Felipe que viajara com os pais. No entanto a ausência de Felipe serviu para fazê-lo pensar no que ele estava sentindo. Afinal em nenhuma das mudanças anteriores ele sentira tanta raiva. As vezes recebia a notícia até mesmo com entusiasmo. Enfim seus pensamentos sempre se voltavam para sua amizade com Felipe. O que ele diria ao amigo quando esse voltasse ele ainda não sabia. Sabia apenas que teria uma semana antes de se mudar para Poços de Caldas. Era um menino apenas, se descobrindo e iniciando sua adolescência, descobrindo seus sentimentos mais íntimos e toda efervecência dos hormônios.
Ficou a imaginar em como conversar com Felipe, mas não descobria as palavras certas e ao mesmo tempo não sabia como Felipe reagiria. Eram amigos, apenas amigos. E amigos de bem pouco tempo. Felipe ficava sempre feliz e a vontade ao lado de Augusto, mas o que isso queria dizer? Augusto era mais novo e ainda não sabia e nem havia descoberto o que os hormônios causariam em sua vida a partir dessa idade de 12 anos. Ele não desejava nenhuma intimidade com o amigo, nada além de carinhos e beijos, sua mente ainda era pura demais para ir além. Mas Felipe já tinha quase com 14 anos, estaria ele já mais maduro sexualmente, já haveria feito sua descoberta sexual? Augusto dormiu pensando no amigo. E sonhou que Felipe o havia ignorado logo que voltou, sonhou que mudara e que o amigo nem mesmo apareceu pra dizer adeus e aquilo o havia deixado morto por dentro, mas fora apenas um sonho e nada mais. Ao despertar deu-se conta de que estava tudo no mesmo lugar, nada havia acontecido, mas o sonho havia sido real demais. E se Felipe realmente o ignorasse, o que ele faria?
Logo cedo resolveu passar um e-mail para o amigo. E começara dizendo que o destino nunca quis o que ele queria. O destino sempre havia sido seu inimigo. Que desejava ter mais tempo para defrutar a amizade do amigo, que queria ver o sorriso do amigo todos os dias por muitos dias, mas o tal destino havia se encarregado de deixar apenas na lembrança um belo sorriso pra ele se lembrar. Por fim disse que estava encantado com a amizade entre os dois e que amizade é encantamento entre amigos verdadeiros. Antes de enviar o e-mail leu-o por várias vezes e ainda acrescentara: amigo verdadeiro é aquele que se enamora de você e é capaz de sorrir ou até mesmo chorar ao seu lado. Gostaria de poder me revelar como um amigo enamorado, mas antes mesmo de poder enamorar-me o destino me leva para um lugar onde não poderei ver seu sorriso. Mas antes de ir quero poder abraçar-te. Leu novamente o e-mail e o enviou.
Felipe chegaria logo no dia seguinte e ao ler o e-mail do amigo respondeu brevemente. Amigo gosto de ti. Quero te dar um abraço especial antes de ir embora e saberás que estás deixando um verdadeiro amigo. Quero te ver logo. Quando Augusto leu a resposta tremeu de alegria e seu coração disparou. Pegou o telefone e ligou. Conversaram alguns minutos e marcaram de se encontrar logo cedo no dia seguinte. E aquela seria a mais longa de todas as noites para Augusto...
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Mudança - Parte I
Odiava mudança, desde que se lembrava já havia mudado umas 8 vezes. Com dezoito anos, 8 mudanças eram muitas. E sempre culpava seu pai de estraga prazeres. Não tinha amigos, não dava tempo para construir amizades sólidas, pois toda mudança implicava deixar pra trás sonhos, desejos, amigos e projetos.
Nascera em Belo Horizonte. Aos dois anos mudou-se pra Juiz de Fora. Na verdade as mudanças na infância eram sempre uma aventura. Aos seis fora para o Rio de Janeiro. Aos dez voltara para Juiz de Fora. Seus pais pareciam ciganos. Mas na verdade a profissão do pai o obrigava a se mudar quase sempre. Mas quando se tornou adolescente e descobrira a importância de amigos passou a odiar as mudanças. E aos doze anos foi talvez sua pior experiência de mudança e a que mais lhe machucou. Dessa vez deixaria Juiz de Fora novamente e se mudariam para Poços de Caldas. Estudava a sexta série. Não tinha amigos de verdade, era filho único e de certa forma carente. Mas observava um menino da sétima série.
Finalmente chegara a oportunidade, numa feira de ciências, de poder se aproximar com a desculpa de que queria saber sobre o trabalho que Felipe estava apresentando. Felipe fora atencioso e explicou tudo sempre com um sorriso lindo que deixava Augusto nas nuvens só de poder estar ao lado daquele que era o objeto de seus sonhos. Quando Felipe terminou perguntou: quer saber algo mais? Augusto gaguejou, disse sim e disse não. Quer dizer não mesmo, mas no fundo queria saber outras coisas. Felipe então agradece e como fazia com todos deu-lhe um cartão com seus contatos e disse: qualquer outra dúvida é só entrar em contato e eu terei o maior prazer em ajudar. Era mesmo inteligente. E Augusto depois disso teve muitas dúvidas, muitas mesmo. Tantas que um certo dia Felipe o convidou para estudarem juntos, mesmo sendo de séries diferentes.
Era tudo que Augusto queria. Assim se tornaram amigos e a amizade entre eles se tornava cada vez mais profunda. Augusto chegava a suspirar fundo só de ouvir Felipe e não perdia a oportunidade de sutilmente tocar-lhe. Era já meados do ano, as férias estavam se aproximando. Augusto estava feliz, mas algo lhe dizia pra não se empolgar demais, afinal já fazia também pouco mais de dois anos que estava em Juiz de Fora pela segunda vez.
De manhã tomou café e disse à mãe que voltaria mais tarde da escola pois iria estudar com os amigos e assim aconteceu. Mas a surpresa daquela noite, mais uma vez acabara com seus sonhos. Ao chegar em casa, na hora do jantar seu pai disse-lhe que mudariam logo na primeira semana de suas férias. Augusto ficou revoltado, nem comeu de raiva, bateu a porta do quarto e se trancou. No outro dia não quis ir à aula. Ficou em casa sentindo ódio da vida de tudo e de seu pai que sempre tinha que estragar seus sonhos.
À tarde conversou com Felipe pelo msn. Disse que estava revoltado com seu pai, pois sempre que as coisas começavam a dar certo, sempre que ele fazia amigos, tinha que se mudar. Felipe insistiu para que ele fosse à sua casa, mas Augusto preferiu não ir, queria ficar sozinho. Felipe ainda argumentou que estaria viajando com seus pais por uma emergência e que ficaria uma semana fora. Augusto ignorou o fato e disse: tudo bem, quando você voltar a gente conversa.
Felipe apenas fez um pedido: por favor, não vá embora sem se despedir de mim. Ao que Augusto disse: não, claro que não, eu não faria isso...
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Conceito: Certo? Errado?
A bem da verdade, enquanto estamos pensando em conceitos, na prática parece que o mundo anda na contramão. Está tudo errado ou tudo certo? Ou tudo fora do lugar? Precisamos de conceitos novos? Acredito que não. Afinal então, para que servem os conceitos?
Por fim, poderíamos questionar. Os conceitos mudam? Na verdade não. Um conceito nunca pode mudar ou deixar de representar o que representou num dado momento. O que muda então? Primeiro, muda nossa compreensão acerca desses conceitos ou seja, a realidade a nossa volta nos proporciona novas formas de compreensão acerca de conceitos dados como válidos. Segundo, as mudanças sociais exigem novas adaptações, novas formas de convivência social. Um conceito mudado nunca é original, isso é uma verdade matemática.
Dito isso, posso afirmar seguramente que enquanto conceito, o certo é certo e que o errado é errado, tal como foram definidos. Mas a ótica muda sempre. Certo? Talvez. Existem pessoas que só veêm o que querem e como querem.
Abraços a todos e excelente semana.
Arthur Alter